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PF indicia 80 por fraude em concursos como exame da OAB

Operação Tormenta investiga suposta quadrilha que fraudava exames há pelo menos 16 anos

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Cerca de 80 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal até esta quinta-feira, 15, em razão da Operação Tormenta, que investiga uma suposta quadrilha com ramificação nacional que fraudava concursos públicos em todo o País há pelo menos 16 anos. A quadrilha também teria fraudado a segunda etapa do terceiro exame aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A OAB disse que "é a principal interessada no esclarecimento da fraude e está acompanhando as investigações da PF". O grupo tinha acesso antecipado ao caderno de questões das provas. Os candidatos que participavam do esquema tinham acesso às respostas por meio de ponto eletrônico durante os concursos. A operação foi deflagrada há um mês e já ouviu mais cem pessoas. Outras cem ainda devem ser ouvidas nos próximos 40 dias, até a conclusão do inquérito. Na ocasião, a PF prendeu os 12 principais operadores da quadrilha, todos em São Paulo. Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão na Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Baixada Santista e região de Campinas. Entre os presos está o suposto chefe do esquema e um agente da Polícia Rodoviária Federal. Todos foram levados para a delegacia da PF em Santos, onde foram ouvidos e, depois, removidos para a Custódia da PF em São Paulo. Os exames mais visados pelo grupo envolviam carreiras estratégicas de Estado, como auditor da Receita Federal, policial federal, oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e peritos de agências reguladoras. O valor do gabarito variava de US$ 50 mil a 150 mil (cerca de R$ 270 mil). Além do concurso da PF, o grupo teve acesso privilegiado às provas do Exame de Ordem, que acabou cancelado em março deste ano, e do concurso da Receita Federal para auditor fiscal, realizado em 1994.

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