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Passeata contra correção da redação do Enem reúne apenas 7 estudantes em Maceió

Alunos querem ver a prova corrigida e o direito de contestar notas caso discordem da avaliação

Por Carlos Nealdo
Atualização:

Apenas sete pessoas compareceram à mobilização marcada para o início da tarde desta quarta-feira, 2, em Maceió, para exigir do Ministério da Educação (MEC) o direito de acesso à redação corrigida do Enem 2012. Depois de sair em passeata num percurso de cerca de 800 metros, o grupo foi até o Ministério Público Federal (MPF), onde protocolou uma petição em que solicita o acesso ao “espelho” da correção da redação em tempo hábil para uma possível contestação da nota na Justiça.

 

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Os estudantes foram recebidos pelo procurador Marcial Duarte Coelho, que ficou de analisar a questão e discutir possíveis encaminhamentos. Visivelmente abatido pelo número reduzido de participantes, o estudante José Albérico da Silva Santos Filho, de 17 anos, um dos administradores do grupo “Ação Judicial – Redação Enem 2012” – criado no Facebook para questionar os critérios adotados pelo MEC na correção da prova – lamentou a ausência de mais candidatos alagoanos em algo que considera muito importante para o movimento.

 

“Interagir nas redes sociais é cômodo”, cutucou José Albérico, referindo-se à grande adesão alagoana ao grupo, que até o início desta tarde contava com 27.606 membros de todo o País. Candidato a uma vaga no curso de Direito da Federal de Alagoas (Ufal), o estudante obteve 520 pontos na redação, nota que considera injusta. “Queria o direito de ter acesso à prova corrigida para saber onde foi que errei, porque segui todos os parâmetros exigidos pelo MEC.”

 

O estudante Artur Souza, de 18, compartilha do mesmo pensamento de Albérico. Candidato a uma vaga no curso de Engenharia Civil da Ufal, ele teme que a liberação da prova corrigida ocorra muito próximo ao início das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), previsto para a próxima segunda-feira, 7.  Por isso, o estudante já pensa num plano B. “Uma vaga numa universidade particular ou estudar mais um ano para tentar mais uma vez”, disse.

 

Longe da mobilização, o estudante Jonas Augusto França Santos, de 18, aproveitou para curtir férias enquanto aguarda a abertura das inscrições no Sisu para disputar uma das vagas de Medicina da Ufal. Com a nota máxima na redação do Enem, cujo tema deste ano foi o “Movimento imigratório para o Brasil no século 21”, ele credita a pontuação ao fato de o assunto ser recorrente na história do Brasil. “O tema exigiu um bom poder de argumentação, além de conhecimento sobre a conjuntura do País. Teve nível de dificuldade alto e bastante específico”, comentou ele, em conversa pelo Facebook.

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