Palavra de professor: escolas da região central de São Paulo

Escolas antigas do centro inovam os métodos para manter qualidade do ensino

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Por Redação
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Integrado: erro também ensina

 

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O Colégio Integrado foi criado há dois anos para reforçar, em tempo integral, a educação dos melhores estudantes da rede Objetivo. Há pouco tempo, houve no colégio uma prova com uma questão de física que poderia confundir os alunos. “Um dos melhores, o Cássio, sempre nota 10, errou. Ao ver o resultado, veio conversar comigo, pressupondo que a falha fosse do gabarito”, conta o professor de física Eduardo Figueiredo, de 67 anos. Ao entender que tinha errado a questão, Cássio, ao contrário do que se poderia esperar, ficou satisfeito. “Ele disse que era a melhor prova que havia feito na vida, porque lhe deu a oportunidade de errar. Esse é o papel de uma escola.”

 

São Luís: o peso dos valores

 

A professora de português Roberta Ramos, 40 anos, enxerga o Colégio São Luís sob duas perspectivas: as de docente e de mãe. Dessa forma, consegue ao mesmo tempo aplicar a pedagogia inaciana do colégio e ver o resultado em seus filhos Roberto, de 15 anos, e Mariana, de 11, alunos da escola. “A gente sempre costuma trabalhar os direitos humanos, os valores, o respeito e a justiça: queremos formar cidadãos. Temos experiências de fraternidade, nas quais levamos os alunos para visitarem asilos, creches, casas de pessoas com deficiência – eles se doam, aprendem, abraçam”, conta a mãe-professora. “Poder ver isso nos meus próprios filhos é muito gratificante.”

 

Etec-SP: enfoque multidisciplinar

 

Para a professora de matemática Nair Hara, o motivo da boa colocação da Etec no Enem é o trabalho interdisciplinar. “Trabalhamos com projetos que exigem dos alunos o conhecimento de várias áreas diferentes.” Mas esse não é o único diferencial da escola. “Sempre fazemos o que dá para ajudar os alunos que precisam de uma atenção a mais.” Um deles teve problemas de saúde que o impediriam de se formar no fim do ensino médio, porque precisava de mais nota em matemática. Nair se propôs a dar aulas para o aluno em janeiro – durante as férias – para evitar que ele perdesse o ano. “Propus no conselho de classe e aceitaram. Deu tudo certo e o estudante se formou.”

 

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Rio Branco: aberto a mudanças

 

Ver o aluno superar suas dificuldades é o que mais emociona a professora de matemática Maria José Vasconcellos, de 52 anos. Há 19 no Rio Branco, ela já viveu essa sensação muitas vezes. Uma delas foi com uma aluna que tinha problemas de aprendizagem. “Ela não conseguia fazer uma prova sem ter crises de choro. Nós a encaminhamos para ajuda profissional e a acompanhamos de perto”, conta. “Quando chegou ao 9º ano, ela escreveu uma cartinha linda para mim. Conseguiu superar tudo e hoje tem uma carreira em engenharia.” Para Maria José, a escola deve ter a flexibilidade para mudar quando necessário. “Os alunos mudam e a metodologia precisa acompanhar essas mudanças.”

 

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