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Pais devem se mobilizar e cobrar escola

Educadora acredita que assim a instituição pode revisar algumas da práticas pedagógicas

Por Fabio Mazzitelli
Atualização:

A psicopedagoga Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), defende que os pais se mobilizem e cobrem das escolas no caso de nota baixa no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou queda acentuada de desempenho em relação ao ano anterior.

 

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Na visão da educadora, quanto mais organizada for essa cobrança, mais a escola se sentirá obrigada a dar uma resposta positiva e, quem sabe, revisar algumas da práticas pedagógicas.

 

"O ideal é que os pais formem uma comissão para conversar com a diretora e com os professores para saber por que a escola foi mal. Cabe aos pais, junto com os filhos e o colégio, entender o que aconteceu", diz a professora. "Em alguns casos, a escola precisa rever a sua estrutura."

 

A educadora afirma que as conversas com o filho sobre a rotina escolar, que sempre têm de existir, poderiam ser intensificadas no caso de um mal desempenho, com conversas diárias sobre o dia a dia nas salas de aula e também questões sobre faltas de professores e problemas na gestão do colégio, por exemplo.

 

"Os pais têm de detalhar com a direção da escola em que áreas os estudantes estão mal e o porquê", indica. "É como um diagnóstico de saúde, em que você olha para o seu próprio corpo. A escola tem que olhar para dentro dela mesma."

 

A educadora da PUC só defende uma posição mais radical das famílias, como transferir o filho de escola, em último caso.

 

"Antes de pedir uma transferência, a mãe deve pressionar a escola para melhorar. Afinal, o filho normalmente tem laços importante de amizade e o rompimento pode ser ruim", afirma.

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Esse tipo de cobrança e mobilização das famílias vale, de forma geral, tanto para as escolas particulares como para as públicas. Nesse último caso, entretanto, há mais dificuldades para a reversão de um resultado negativo.

 

"Na escola particular, a motivação do corpo docente é naturalmente trabalhada. No ensino público, muitas vezes, faltam funcionários e não há o reconhecimento do esforço do professor. A gestão escolar é a variável que hoje mais pesa para que haja boas condições de ensino."

 

 

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