Investir em melhor educação ajudará os países a deixarem a recessão, além de trazer mais renda para os que decidirem estudar mais, afirmou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em um relatório divulgado nesta terça-feira, 8.
"Conforme saímos da crise econômica global, a demanda por educação universitária será maior que nunca", notou a secretária-geral da OCDE, Angel Gurria, em comunicado, após a liberação do relatório anual "Education at a Glance".
A OCDE é um importante fórum político para as 30 nações mais ricas do mundo. O documento nota que as crescentes vantagens para os mais escolarizados e a persistência do alto desemprego farão com que mais jovens desejem estudar mais tempo. Isso beneficiará tanto indivíduos quanto os Estados em que eles vivem, nota o documento, que fornece uma série de indicadores de performance nos sistemas educacionais nos países da OCDE.
O fato de frequentar uma universidade reflete mais tarde em melhores salários, melhor saúde e menos vulnerabilidade ao desemprego, lembra o estudo. Na maioria dos países, a diferença nos salários entre os que têm faculdade e os que não têm continua a aumentar, aponta o relatório.
Um estudante com um grau universitário pode esperar um acréscimo em sua renda bruta durante sua vida produtiva de mais de US$ 186 mil, na média das nações da OCDE, comparado com alguém apenas com ensino médio.
"Para uma mulher o valor é menor, refletindo a disparidade na maioria dos países entre os ganhos de homens e mulheres", nota a OCDE. Ainda assim, as com mais tempo de estudos conseguem US$ 134 mil a mais que aquelas apenas com o ensino médio.
Nos Estados Unidos, essa diferença fica em US$ 367 mil para homens e US$ 229 mil para mulheres. O relatório aponta também os benefícios para os países. No caso de um homem graduado, descontando os custos diretos e indiretos, o retorno líquido médio para o país fica em quase US$ 52 mil ao longo da vida desse homem. É quase o dobro do valor originalmente investido, aponta o documento.
Os dados são fortes incentivos para investimentos em educação, seja com financiamento público ou privado. A OCDE também registrou um aumento no número de graduados de 4,5%, na comparação entre 1998 e 2006. Outra melhoria é o fato de que a educação para crianças entre os 3 e 4 anos também ganha espaço nessas nações.
Brasil
Embora o Brasil não seja parte da OCDE, o País é um considerado um parceiro da organização, e teve suas estatísticas levadas em conta no novo relatório. Os números apurados pela OCDE revelam que, embora apenas 22% da poluação brasileira tenha renda superior à mediana nacional, 73% desses brasileiros têm nível superior.
O relatório da OCDE mostra uma desigualdade entre os sexos no Brasil, também: na faixa de renda superior ao dobro da mediana estão 27% dos brasileiros do sexo masculino, mas apenas 16% das mulheres.