Novos tempos para os ‘masters’ se anunciam, diz diretor da Anamba

Ele considera que as escolas de MBA vêm percebendo que o mercado busca por formação mais específica

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Por Armando Dal Colletto
Atualização:

Por muitos anos, o MBA foi a estrela dos cursos para quem almejava uma carreira vitoriosa. Egressos de renomadas escolas dos Estados Unidos eram disputados antes de concluírem os dois anos de estudos. A crise de 2008 parece, porém, ter servido como um ponto de inflexão no volume de alunos e o real valor do MBA passou a ser questionado. Alunos que seguiam para a “Meca” do MBA perceberam que talvez fosse melhor estudar na sua própria geografia emergente, onde haveria mais trabalho. As escolas líderes reagiram, criando centros de pesquisa pelo mundo, atualizando seu currículo e valorizando a ética, o empreendedorismo e aumentando a globalização dos cursos, obrigando os alunos a criarem projetos nas viagens de estudo. 

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De maneira geral, as escolas inovaram bastante e o MBA deverá adaptar-se para o próximo ciclo de desenvolvimento econômico, como já fez várias vezes desde a sua criação, há cem anos. Mas há outras mudanças. As escolas perceberam que o mercado também busca por especializações como forma de catalisar conhecimento e carreira. Cursos master, com foco numa determinada indústria, como a aeroespacial, a de engenharia de construção, a de óleo e gás, ou mesmo sobre temas de relevância, como big data ou marketing digital, cresceram nos últimos anos, conforme pesquisas do GMAC, nos Estados Unidos. 

Neste caso, a experiência anterior do aluno deixa de ser tão necessária como no MBA e permite até aos recém-formados uma valorização curricular relativamente rápida. Normalmente, quem faz esses cursos tem maior conexão com a respectiva graduação, como o corre com os LLM (Latin Legum Magister), que focam nos advogados. Essa tendência já se confirma no Brasil, onde vimos surgir o mestrado profissional, e em outros cursos que utilizam a nomenclatura americana. Fica visível a existência de caminhos de crescimento profissional mais focados em especializações do que em generalidades. Estar atento às demandas e planejar como se manter competitivo é essencial. 

*É diretor executivo da Associação Nacional de MBA (Anamba)

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