Nome USP não basta no mercado

Origem universitária pesa na hora de lutar por vaga, mas analistas listam outros fatores

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Por Isis Brum
Atualização:

Setores tradicionais do mercado de trabalho, como telecomunicações e  automobilístico, ainda preferem estudantes formados em universidades de ponta, como a Universidade de São Paulo (USP). O nome da instituição de origem,  porém, não basta para definir quem irá ocupar um posto de trabalho durante uma seleção.

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 “Características pessoais do candidato são determinantes”, aponta Claudia Calle, consultora de recrutamento e seleção da empresa Ricardo Xavier Recursos  Humanos. “Mas se houver empate”, destaca Claudia, “o candidato formado na faculdade de primeira linha fica com o cargo”, explica. Segundo ela, as empresas  entendem que a instituição de ensino onde o candidato estuda demonstra sua primeira preocupação com a carreira profissional.

 

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Quesitos como falar e escrever bem em português, comprometimento e dedicação com o trabalho, estudos complementares à graduação e idiomas também são  imprescindíveis no momento de concorrer a uma vaga no mercado – além do estágio.

 

De acordo com Natália Caroline Varga, gerente de seleção do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), algumas universidades tradicionais e públicas  não liberam seus estudantes para estagiar no penúltimo ou último ano de graduação por causa da carga horária ou da burocracia. “Há muitas empresas aqui que  preferem estudantes de outras faculdades porque são estimulados a entrar no mercado logo no início do curso”, diz.

 

Claudia Calle lembra que os universitários com mais experiência profissional têm realmente mais chances de conseguir melhores postos. Mas os demais  podem conseguir vagas como trainees (profissionais iniciantes), aproveitando-se da excelência em pesquisa desses centros para mostrar que, apesar de não  estarem no mercado, aprimoraram-se.

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Mudança de perfil

 

Natália Varga aponta que, atualmente, existem mudanças no perfil de seleção da maioria dos empresários brasileiros. Ainda de acordo com ela, a  tendência é um processo seletivo mais difícil e criterioso, conforme as necessidades do contratante. Isso pesaria mais do que considerar prontamente a origem  do diploma do candidato.

 

“Hoje, o ‘brilho nos olhos’, ou seja, a garra, é mais importante que a faculdade em que a pessoa estudou”, diz Natália.

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