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'Nenhuma criança deveria ter que colocar o esporte à frente da escola', diz piloto Lewis Hamilton

Campeão da Fórmula 1 contou sobre as dificuldades que enfrentou na vida escolar no Fórum Global de Educação

Por Isabela Palhares
Atualização:
Hamilton esteve no Brasil em novembro de 2017, em eventopromovido pela Petronas Foto: Werther Santana/Estadão

DUBAI - Quatro vezes campeão mundial da Fórumla 1, o piloto Lewis Hamilton participou neste sábado, 17, do Fórum Global de Educação, em Dubai, e disse que teve uma trajetória escolar difícil porque começou a treinar aos 8 anos, mas também por ter dislexia e ter sofrido bullying. Ele diz que chegou a odiar a escola, mas, agora, entende como a pressão dos professores e dos pais foi importante para a sua formação.

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“Eu sempre estava atrás na escola, me deixavam de recuperação, tinha que fazer lições extras. Só depois de alguns anos fui entender como isso foi importante para que eu me tornasse quem eu sou.” Hamilton disse que apenas aos 17 anos foi diagnosticado com dislexia. 

Ele contou que foi muito incentivado e recebeu apoio dos pais na escola e no esporte, mas que também sentia muita pressão. “Meu pai queria que eu desse o meu melhor nos treinos e na escola, que fosse bem sucedido nos dois. Ele não entendia que eu não conseguia ser o melhor nos dois. Entendo que ele tinha a melhor das intenções, mas isso as vezes pode ser prejudicial para as crianças”.

O piloto disse que os pais precisam tomar cuidado para não forçar demais as crianças e sempre incentivar para que continuem estudando. “É só olhar para a Fórmula 1: são apenas 20 lugares, mas milhares e milhares de jovens que querem entrar para o esporte. Dos que tentam, 90% deixam a escola de lado e são pouquíssimos os que conseguem chegar lá e não conseguem depois viver o potencial que tinham. Não devíamos nunca deixar nossas crianças saírem da escola por causa do esporte, seja ele qual for”, disse.

Hamilton também contou que sofreu bullying na escola quando tinha 6 anos e disse acreditar que esse episódio influenciou sua personalidade e, por isso, se tornou uma pessoa que gosta de provar que os outros estão errados no que pensam sobre ele.

“Eu gosto de provar que as pessoas estão erradas no que julgam sobre mim. Uma das coisas mais legais é ver que as antigas lendas da Fórmula 1 estão sempre me criticando pelo que eu faço, como piloto, e eu vou lá e mostro que estão errados. Porque nesse esporte, quando você consegue adentrar nesse grupo seleto, te treinam para tudo, como você deve se portar, falar. Eu entrei lá e mostrei quem eu sou, não quem queriam me treinar para ser”, disse.

* A repórter viajou a convite da Varkey Foundation

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