Para o professor de Economia da PUC-SP Francisco Serralvo, segundo colocado na eleição para reitor da instituição, todos os candidatos entraram no processo ciente das regras. Em entrevista ao Estadão.edu, ele comentou a nomeação da professora de Letras Anna Maria Marques Cintra, escolhida na segunda-feira, 12, como a nova gestora da universidade pelo cardeal d. Odilo Scherer. A chapa de Anna Cintra foi a última colocada na consulta a alunos, docentes e funcionários.
"Obviamente existem diferentes posições. Há aqueles que gostariam que a vontade universal fosse respeitada, e é claro que poderia gerar um desconforto da comunidade", disse Serralvo. Em protesto contra a nomeação, alunos da PUC decidiram em assembleia ocupar a reitoria.
As regras para a escolha do reitor na PUC-SP preveem eleição em que alunos, funcionários e professores votam. Uma lista tríplice segue para o cardeal, que tem a prerrogativa de selecionar um dos nomes. Tradicionalmente, o primeiro colocado é o escolhido.
Segundo Serralvo, é a primeira vez na história da universidade em que o terceiro colocado é selecionado para o cargo. O atual reitor, Dirceu de Mello, concorria à reeleição e ficou em primeiro lugar na votação.
"Sempre existiu a prerrogativa da escolha do cardeal. Obviamente que consultar a comunidade é um dos elementos, mas imagino que o cardeal tenha tido outros aspectos a considerar", afirmou Serralvo.
Ele disse ainda que esse é um processo que não se pode questionar. "Se o cardeal explicasse a escolha, poderia contribuir para a compreensão geral, mas isso fugiria à sua esfera de competência", comentou. Segundo ele, também há de se notar que a lista com os indicados foi encaminhada há mais de 30 dias, e que a comunidade reagiu com tranquilidade e naturalidade aos nomes.
Documento
Durante um debate realizado em 13 de agosto, os três candidatos à reitoria assinaram o compromisso com os alunos de que não assumiriam o cargo caso não ficassem no primeiro lugar nas indicações da lista tríplice. Serralvo disse que, no entanto, a recusa à nomeação pela professora Anna Cintra seria insubordinação e contrariaria o estatuto. Ele disse que, na verdade, o termo foi assinado por causa da iniciativa dos alunos, mas que o documento perde valor diante da decisão de d. Odilo Scherer.