Atualizada às 23h41
SÃO PAULO - O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, anunciou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 8, que o Financiamento Estudantil (Fies) está garantido para o segundo semestre deste ano. Por causa dos altos custos do programa federal, a reabertura dos contratos ainda era uma dúvida.
Nas redes sociais, o ministro reafirmou que novas inscrições serão possíveis, porém dentro das prioridades estabelecidas. “O Brasil precisa melhorar o ensino básico. Por isso, o Fies priorizará a formação de professores. O Brasil precisa de mais profissionais de saúde, então priorizaremos cursos da área de Saúde. Priorizaremos, também, cursos de Engenharia”, disse.
Janine Ribeiro garante, no entanto, que os outros cursos não serão excluídos do programa.
A “qualidade” também será enfatizada, explicou. Cursos com notas 4 e 5 terão prioridade sobre os cursos de nota 3 e as regiões Norte e Nordeste do País serão privilegiadas. Durante o Roda Viva, o ministro salientou que ainda não foram definidas quantas vagas serão abertas. “Em breve, anunciaremos datas e todos os detalhes, de forma transparente, o que é nosso dever e prazer”, disse ele em uma rede social.
Histórico. O Fies é um programa do governo federal que empresta dinheiro para alunos de faculdades particulares. Criado em 1999 durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o financiamento beneficia hoje 1,9 milhão de pessoas. Enquanto o aluno está matriculado na faculdade, o governo se compromete a pagar entre 50% e 100% da mensalidade, de acordo com a renda familiar.
Em 2010, as regras foram alteradas para facilitar o acesso ao financiamento. A taxa de juros caiu e o pedido de inscrição passou a ser permitido em qualquer momento do ano, o que gerou uma explosão de contratos.
Em dezembro de 2014, o ajuste fiscal atingiu o Fies. O MEC passou a exigir desempenho mínimo de 450 pontos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para que o aluno fosse aprovado. Uma portaria diminuiu os pagamentos que seriam feitos às universidades e o governo limitou novas inscrições para economizar gastos, conforme revelou o Estado em março. Cursos com boa avaliação e em regiões menos atendidas passaram a ter prioridade.