MEC deixa de pagar bolsas a 423 mil educadores

Eles participam de dois programas-chave para a atual gestão, de alfabetização e do ensino médio; pasta informam que parte do dinheiro, atrasado desde novembro, foi liberado na semana passada

PUBLICIDADE

Por Paulo Saldaña e Victor Vieira
Atualização:

O Ministério da Educação (MEC) atrasou o pagamento de bolsas a 423 mil educadores de dois programas-chave para a atual gestão, de alfabetização e do ensino médio. Parte dos bolsistas não recebe o auxílio desde novembro. A pasta informou que R$ 173 milhões foram liberados na semana passada para quitar essa dívida, mas muitos professores ainda não receberam.

Para o segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff escolheu o slogan “Pátria Educadora”. Antes mesmo de começar a nova gestão, porém, o governo federal já havia atrasado bolsas de pesquisadores em dezembro. O MEC disse que o atual atraso nos dois programas se deve ao fluxo orçamentário de um ano para o outro.

Para o segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff escolheu o slogan “Pátria Educadora”. Foto: André Dusek/Estadão

PUBLICIDADE

Um dos programas é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), inspirado em ação do atual ministro Cid Gomes quando era prefeito de Sobral, no Ceará, a partir de 2004. Participam do Pnaic alfabetizadores de redes públicas, supervisionados por professores universitários. As bolsas variam entre R$ 200 e R$ 2 mil, segundo o tipo de participação. 

O outro é o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Semelhante ao Pnaic, a iniciativa envolve professores do ensino básico público e das universidades, com os mesmo valores de bolsas. “Muitos usam a bolsa para pagar pós-graduações. Alguns, até para completar o aluguel”, afirma Elaine Constant, coordenadora do Pnaic no Estado do Rio de Janeiro, que relatou atraso desde novembro. Segundo o Estado apurou, também há problemas em Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Maranhão.

Até esta quinta-feira, 19, nada havia caído na conta de Gisele Sanábio, de 47 anos, professora da rede municipal de Três Marias, em Minas, há cinco anos. “Não recebo o piso salarial, portanto, esse dinheiro faz falta.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.