Mais de 44, 5 mil professores da rede estadual de São Paulo – 20% de um contingente de 223 mil – foram promovidos no primeiro ano do programa de promoção por mérito, anunciou ontem a Secretaria da Educação. Eles foram os melhores classificados em uma prova e receberão 25% de aumento em relação ao salário inicial da categoria.
Mas quase 20 mil professores que preenchiam os requisitos para a promoção – assiduidade, permanência numa mesma escola e nota 6 na prova – ficaram sem o aumento, pois o limite de professores promovidos é de 20% da categoria.
“Para 2011, eles levam a nota deste ano. Mas também podem tentar melhorá-la”, disse o secretário, Paulo Renato Souza.
A prova será realizada todos os anos, mas a lei não garante que sempre sejam promovidos 20% dos docentes. Os promovidos podem se candidatar a novos aumentos a cada três anos.
A política de promoção com base apenas em uma prova escrita, no entanto, provoca polêmicas. “Pode-se ter um plano de carreira que leve em conta o conhecimento, mas dar aulas não é só isso”, afirma o professor da faculdade de Educação da USP Ocimar Munhoz Alavarse, que cita o comprometimento e a capacidade de conduzir um grupo. “O programa é desmoralizante para a categoria, porque leva à leitura de que quem não foi promovido está entre os piores.”