Aos 21 anos, na década de 1950, eu era repórter e fotógrafo da antiga revista O Cruzeiro. Eu estava cobrindo a Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, e fazendo reportagens não só esportivas como políticas, sobre cultura e de variedades. O Cruzeiro era, na época, o maior órgão de comunicação de massa do Brasil e todo mundo queria aparecer em suas páginas. Eu tinha o privilégio de, aos 21 anos, fazer parte de uma equipe de jornalistas e fotógrafos renomados. Lá foi a minha universidade, meu grande curso de vida.
Cheguei ao Rio, partindo do Ceará, onde nasci, com 17 anos. Durante 3 anos, fiz reportagens freelances para outros órgãos, como a revista A Cigarra, e depois fui para O Cruzeiro. Nessa época, o Rio era uma cidade de 1,2 milhão de habitantes, mais balneário que é hoje, e tinha uma vida noturna, da qual eu fazia parte, muito rica.
Foi com 21 anos que conheci a Lucy, minha mulher. Eu a conheci fazendo uma reportagem sobre a Miss Goiânia, e, como a mãe da Lucy era goiana, recepcionou a moça no apartamento da família em Laranjeiras. Na época, os concursos de Miss Brasil eram importantes, era moda. Foi lá que eu conheci a Lucy – ela tinha uns 17 anos. Eu fiquei muito fascinado com olhos verdes dela. Foi amor à primeira vista.
Poucos anos depois, ela foi estudar piano em Paris e eu, para não perder a namorada, fui atrás. Arranjei com o Chateaubriand (dono dos Diários Associados) de ser correspondente na Europa. E isso foi um pós-doutorado para mim. Lá tive contato com o mundo do cinema. Foi muito prazerosa a minha formação. Não cheguei a concluir o ginásio nem mesmo a universidade. Aprendi por meio do concreto da vida.