Irritado, Alckmin compara protestos com os vividos por Covas

Professores fizeram ato durante discurso no interior; governador disse que 'são os mesmos' que bateram no ex-governador, em 2000

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Por Chico Siqueira
Atualização:

LENÇÓIS PAULISTA - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) enfrentou na manhã desta sexta-feira, 31, protestos de funcionários públicos do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e de professores da rede pública estadual, na abertura da Feira de Agricultura Familiar, em Lençóis Paulista, a cerca de 300 quilômetros da capital paulista.

O governador ficou irritado durante o discurso com os gritos de protestos dos manifestantes, pediu desculpas às 200 pessoas presentes e se lembrou do ex-governador Mário Covas, que enfrentou "um protesto bravo de professores" na Praça da República, na região central de São Paulo, onde houve confronto, em 1º de junho de 2000.

O governador de São Paulo,Geraldo Alckmin (PSDB) Foto: Felipe Rau/Estadão

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"Eu quero pedir desculpas pelo constrangimento gerado. Primeiro vou dizer quem são eles: são aqueles que bateram no Mário Covas, doente e com câncer, no protesto há anos na Praça da República", comparou, aos gritos, Alckmin. "São da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), querem receber sem trabalhar, e querem receber o dinheiro suado dos trabalhadores de São Paulo."

Antes disso já havia agradecido aos integrantes do Itesp por fazerem protestos "civilizados". Os professores o seguiram e continuaram o ato.

A professora Tatiana Nunes, de uma escola estadual de Bauru, no interior de São Paulo, carregava um boneco do Pinóquio, com o nome de Geraldo Alckmin e os dizeres "Geraldo Alckmin mente". Ela disse que vai dar aulas diariamente, "enfrentando os alunos, sem condições materiais e pedagógicas para isto".

No local, havia professores, mas nenhum representante da Apeoesp. Cerca de 30 funcionários do Itesp reivindicavam reajuste de 6,6% nos salários, o qual o governo já disse que não vai dar, "por causa do cenário econômico atual e pelas restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal", segundo uma nota do governo paulista.

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