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Interpretação é a maior dificuldade na 2ª fase do exame da OAB, dizem professores

Dica é apostar em simulados e ficar atento durante a prova; estudantes terão mais tempo de preparação para a próxima fase

Por Túlio Kruse
Atualização:

A maior parte dos estudantes que tem dificuldade com interpretação de textos e em se concentrar são reprovados na segunda fase do exame da OAB, de acordo com professores de cursos especializados. No dia 17 de maio, quando ocorre a prova prático-profissional da avaliação, os estudantes serão cobrados por alto nível de domínio da língua portuguesa e técnica processual. O conselho de especialistas para obter bons resultados é treinamento com simulados e atenção reforçada durante a prova.

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O principal erro ocorre ao tentar identificar a peça jurídica para os problemas citados na prova. Muitas vezes, o estudante responde algo que não foi perguntado pelo examinador. “Notamos que a maioria dos candidatos reprovados na segunda fase tem dificuldade com a interpretação do enunciado”, conta o diretor pedagógico dos cursos preparatórios Damásio, Darlan Barroso.

Essa também é a avaliação do coordenador de cursos de OAB da rede LFG, João Aguirre. Ele listou cinco erros que eliminam alunos na prova prático profissional e colocou os erros de interpretação no topo da lista. Outros motivos que reprovam candidatos nessa fase são a gestão indevida do tempo, o uso de livros desatualizados, caligrafia ruim e falta de atenção ao transcrever respostas para o caderno definitivo.

 Foto: Werther Santana/Estadão

Uma vantagem para o candidato na 16ª edição do exame é o período maior entre as duas fases. Nos exames realizados em 2014, o intervalo entre as provas foi, em média, de sete semanas. Agora o estudante terá nove semanas para se preparar para a prova prático profissional. “Trata-se de uma oportunidade especial para se dedicar com mais afinco aos estudos e lograr a sua aprovação”, diz o coordenador de cursos de OAB da rede LFG, João Aguirre.

Peça. A prova prático objetiva do exame da OAB é dividida em duas partes diferentes. A primeira delas é a peça profissional, questão que avalia raciocínio lógico e conhecimento de fundamentos do Direito. Vale metade da prova e é apontada por alguns como a parte mais importante e difícil do exame.

Estudante de Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ingrid Ortega quer estudar com ainda mais afinco para a segunda fase do exame. O que mais a preocupa é a peça profissional. Ingrid matriculou-se em um curso preparatório que oferece aulas aos sábados. Durante a semana, ela estuda cerca de duas horas por dia em casa, ritmo que ela admite ser abaixo do adequado. “O risco de reprovar é gigante, caso erre a peça. Já as questões, apesar da possibilidade de não saber 100%, você provavelmente saberá alguma coisa por causa da afinidade com a matéria”, avalia Ingrid.

O diretor pedagógico dos cursos preparatórios Damásio, Darlan Barroso, concorda. “A peça é a parte principal da prova”, ele diz. “Se o candidato errar o nome da peça, receberá nota zero e, consequentemente, não terá o aproveitamento das questões. Por essa razão, a peça exige cuidado muito especial.”

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Situações-problema. Nessa parte da prova, o candidato deve responder a quatro questões com premissas, fundamentação e conclusão. Isso requer raciocínio lógico, portanto a resposta deve indicar qual o problema está sendo colocado, além de apresentar o dispositivo legal ou o entendimento jurisprudencial que o sustenta. “Não basta indicar o dispositivo legal ou a súmula. O candidato, para pontuar, deve explicar os fundamentos indicados. A fundamentação compreende a análise do instituto e a vinculação com eventual situação prática proposta”, explica o professor Darlan Barroso.

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