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Intercâmbio é solução para amadurecer pós-graduação, diz especialista

Segundo ex-presidente da Capes, consolidar programas em todo o País é desafio de longo prazo

Por Barbara Ferreira Santos e Victor Vieira
Atualização:

 O ex-presidente da Capes Cláudio de Moura Castro afirma que o intercâmbio acadêmico é o caminho para amadurecer os programas de pós-graduação mais fracos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo ele, porém, as políticas de correção regionais não devem prejudicar o investimento baseado na qualidade dos programas. 

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O que deve ser feito para reduzir as desigualdades entre regiões nas notas das pós? 

A avaliação da Capes é um termômetro, que é o mesmo para todo o País, mas o diagnóstico e a terapia (a forma de trabalhar as fragilidades de cada programa) variam caso a caso. A Capes sempre teve uma política de dar nota em termos absolutos. Aos cursos mais fracos, ela oferece, sobretudo para instituições do Nordeste e do Norte, facilidades para mandar seus professores para a pós em outras universidades. Por outro lado, as notas estão conectadas ao sistema de distribuição de bolsas para cada programa. Dar uma bolsa regional significa financiar mais alunos em uma instituição mais fraca. Isso não tem sentido. A nota deve ser absoluta. As políticas de correção de desigualdades têm seu lugar, mas não podem se confundir com a nota. 

O amadurecimento dos programas se dará com o intercâmbio de pesquisadores? 

Sim. A consolidação das pós ocorreu conforme os professores foram sendo mandados para estudar no exterior. Era comum que instituições contratassem só para isso. No caso de universidades no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, outra saída é enviar a centros de ensino superior mais consolidados, como no Sul e Sudeste. 

A equiparação das notas será gradual? 

Com três meses se faz uma faculdade com ensino da melhor qualidade, mas leva-se dez anos para consolidar um grupo de pesquisa, que é a pós-graduação acadêmica. Não adianta acreditar que se cria um bom doutorado juntando 20 doutores de uma só vez.

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