Ideb 'coloca em xeque' gestão de Estados e municípios, diz ministro

A Casa Civil comunicou, em nota, que é 'improcedente' a informação divulgada de que já teria recebido o resultado do índice 

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

Atualizada às 17h45

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BRASÍLIA - Em meio a suspeitas de que o governo federal está retardando a divulgação dos números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por conta do período eleitoral, o ministro da Educação, Henrique Paim, reconheceu, na tarde desta quinta-feira, 4,em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, que o indicador "coloca em xeque" a gestão de Estados e municípios na área. 

"Esse governo é um governo que tem um DNA voltado para a questão da avaliação e para a divulgação de dados. Temos muita tranquilidade em relação a isso. O resultado do Ideb coloca em xeque gestão dos Estados e municípios, por isso temos todo o cuidado emdivulgar, vocês serão avisados", afirmou o ministro, que participou de café da manhã no Palácio da Alvorada com a presidente Dilma Rousseff e o matemático Artur Ávila, ganhador da Medalha Fields.

Procurada pela reportagem, a assessoria do Ministério da Educação não soube informar quando o Ideb será divulgado à imprensa.

Em nota, a Casa Civil comunicou que é "totalmente improcedente" a informação divulgada de que já teria recebido o resultado do Ideb. "A Casa Civil não recebe, analisa ou divulga os dados do Ideb, sendo esta uma atribuição exclusiva do Ministério daEducação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)", informou, em nota.

Questionado sobre a possibilidade de ser chamado pela Comissão de Educação do Senado para explicar o atraso na divulgação do Ideb, Paim afirmou que iria ao Congresso prestar esclarecimentos "com a maior satisfação". 

Café da manhã. A presidente Dilma Rousseff e os ministros Guido Mantega (Fazenda), Henrique Paim (Educação) e Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia) receberam na manhã desta quinta-feira o matemático Artur Ávila, vencedor da Medalha Fields, para um café da manhã no Palácio da Alvorada.

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"Conversamos sobre temas ligados à educação, ciência brasileira, especialmente em parte o valor simbólico do prêmio", comentou Artur, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. 

"A conversa foi principalmente dedicada a tentar identificar uma maneira de como usar o modelo da matemática, especialmente para que sua implementação noInstituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) se estenda a outros campos de conhecimento."

De acordo com o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, que também acompanhou o café da manhã, comentou-se no encontro a importância de aumentar os investimentos em ciência e tecnologia. Palis defende que se chegue a um patamar de destinação de 2% do PIB para a área - atualmente, o investimento seria de 1,2%, afirmou.

"A presidente não se comprometeu (a elevar para 2%), mas acho que foi simpática à ideia. Isso consta do programa dos outros dois candidatos", disse Palis, em referência aos candidatos do PSB, Marina Silva, e do PSDB, Aécio Neves. 

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