Grevistas das universidades estaduais de SP fazem ato nesta 5ª

Contra congelamento de salários, funcionários, professores e alunos protestaram no Palácio dos Bandeirantes

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Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:

Atualizada às 18h24

SÃO PAULO - Os funcionários e professores das três universidades estaduais de São Paulo - Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - fizeram uma manifestação na tarde desta quinta-feira, 14, em São Paulo, contra o congelamento de salários de professores e funcionários.
O grupo saiu por volta de 13h20 da Escola de Educação Física da USP, na Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista, e chegou por volta das 15h15 no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul, onde fica o gabinete do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Uma comissão com 10 representantes dos grevistas se reuniu com assessores do governo durante a tarde. O encontro terminou por volta das 17h15.

Grupo de manifestantes de USP, Unesp e Unicamp se concentrou na Cidade Universitária Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Segundo o coordenador do Fórum das Seis, César Minto, não houve acordo, mas assessores da Casa Civil do Estado "assumiram o compromisso de levar as reivindicações apresentadas para o staff do governo". De acordo com o Fórum das Seis, entidade que representa os sindicatos de professores e de funcionários das três universidades estaduais, cerca de 2 mil pessoas, das três universidades e do Centro Paula Souza, participaram do ato, que foi acompanhado pela Polícia Militar.
Na manifestação, grevistas levaram cartazes contra Zago e Alckmin: "Zago, diálogo não se faz com polícia"; "Alckmin não faça com as estaduais o que você fez com a água"; e "Alckmin, negocie com a educação pública paulista já". Havia faixas de diversas unidades das universidades, como USP Ribeirão Preto, Hospital Universitário da USP e Instituto de Artes da Unesp, entre outros. 
Reivindicações. Segundo Carlos Alberto Anaruma, diretor da Associação de Docentes da Unesp (Adunesp), os representantes pediram a correção dos salários das categorias. "Ganhamos 0% de aumento. Estamos com orçamento comprometido às custas da expansão que as três universidades fizeram, que comprometeu o orçamento com a estrutura que tiveram de montar para criar esses novos cursos. Como essa expansão ocorreu a pedido do governo, ele tem de socorrer as universidades agora."
Ele diz que as categorias estão lutando também por um piso salarial igual. " O piso na USP é de cerca de R$ 2.009 e na Unesp, de cerca de R$ 1.400. Estamos lutando pela isonomia", diz Anaruma.
Cesar Minto explicou que seriam apresentadas ao governo dias propostas para solucionar a crise orçamentária das universidades.Uma de execução imediata e outra de médio prazo, para a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2016.
Em um documento que reúne as propostas, o Fórum das Seis diz que, se o governo parar de descontar R$ 104 milhões a cada mês da base de cálculo, o aporte de recursos para as universidades estaduais irá para R$ 59,7 milhões. Eles pedem ainda aportes emergenciais de 0,7% a partir de outro deste ano e que seja incluída na LDO de 2015. 
Para a LDO de 2016, eles pedem no mínimo 33% da receita resultante de impostos, incluindo recursos provenientes de transferências.
As três universidades vivem crises financeiras. Só a USP, desde o ano passado, tem comprometido mais de 100% dos repasses que recebe do governo estadual com a folha de pagamento.
Segundo o diretor do Sintusp, Magno de Carvalho, a reunião com o a reitoria da USP para negociar sobre o congelamento de salários de grevistas foi cancelada nesta quarta-feira, 13, pelo próprio reitor. Ele afirmou que o projeto da universidade para solucionar a crise, que "inclui o plano de demissão voluntária, o desmembramento dos hospitais, a cobrança de mensalidade e a diminuição da carga horária dos funcionários com equivalente redução salarial, vai acabar com a universidade". "Isso é o sucatamento da universidade. É destruir para depois privatizar a USP", afirmou.

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