Antes até de entrarem nas universidades públicas do País, os candidatos já se preocupam com as greves. Nessa etapa de preparação, uma das principais dúvidas é sobre como os calendários escolares podem ser afetados.
No último dia 19, a Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, encerrou uma greve de 116 dias, uma das maiores de sua história. Antes, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também haviam encerrado suas paralisações.
Na USP, unidades que aderiram à greve, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), cursarão o segundo semestre até fevereiro de 2015.
Com receio de que o curso de Medicina, com duração média de seis anos, se prolongue com possíveis paralisações, Camila Yumi Morita, de 19 anos, que faz cursinho no Etapa, passou a dar prioridade a uma faculdade particular no vestibular. “Com greves, o curso vai levar ainda mais tempo”, explica.
Com a ajuda dos pais, ela definiu que a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - instituição privada com ingresso pelo exame da Fuvest - é a opção mais adequada para ela. “As greves foram um fator decisivo para essa escolha. Três meses sem aula, por exemplo, é tempo demais”, afirma.
Já segundo Átila Silva Zanone, diretor do colégio Elite Vale do Aço, de Minas Gerais, as paralisações da USP e Unicamp, duas das melhores universidades do País, não afetam a escolha da maioria dos alunos. Mas ele explica que as greves podem influenciar na decisão por instituições locais. “Em Minas, até pouco tempo atrás, universidades federais como as de Viçosa e de Ouro Preto, que têm historicamente mais greves, eram preteridas em relação à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), localizada na capital.”