Greve das universidades federais continua, afirma sindicato

Para presidente do sindicato, condições de trabalho estão 'precarizadas' e não há prediposição do governo para negociações efetivas

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Por Agência Brasil
Atualização:

BRASÍLIA – Depois do apelo feito pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para que os professores das instituições federais de ensino superior suspendam a greve, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) declarou, no fim da tarde desta quarta-feira, 23, que a paralisação continua até que o governo apresente uma nova proposta para suas reivindicações.

 

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A presidente do Andes, Marina Barbosa, afirmou que o fato de o ministro ter feito o apelo demonstra a força da greve, que já conta com a adesão de 44 instituições, apoio de estudantes e discussão entre os docentes. De acordo com Marina, não houve nenhum fato novo que alterasse o curso da paralisação.

 

“O debate está acontecendo desde agosto de 2010. O dia 31 de março era o prazo definitivo para o governo apresentar a reestruturação da carreira, fechado a partir de um acordo emergencial feito em agosto de 2011. O processo corrido não justifica o atraso que ocorreu, nem a posição irredutível que o governo tem mantido na mesa de negociação. Não apresentaram nenhuma proposta”.

 

Os professores ganharam aumento de 4% e incorporação de algumas gratificações retroativas a março. Porém, Marina diz que a promessa de reestruturação da carreira não foi cumprida.

 

“Estamos há praticamente dois anos negociando e não há predisposição do governo em movimentar suas peças no tabuleiro. E as condições de trabalho estão precarizadas, com muita crise ocorrida no processo de expansão das universidades”, disse.

 

A greve nacional das universidades federais começou no último dia 17. Segundo o Andes, o movimento continuam até que o governo apresente uma proposta para ser levada às assembleias para análise da categoria.

 

Entre as reivindicações dos professores está a incorporação de gratificações, acréscimo de titulação, melhores condições de trabalho e reestruturação do plano de carreira nos campi criados com o Reuni. Os professores também pedem aumento do piso salarial dos atuais R$ 557,51 para R$ 2.329,35, valor calculado pelo Dieese como salário mínimo para suprir as necessidades previstas na Constituição Federal.

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