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Graduação pode ajudar quem escolheu o concurso como projeto de vida

Temas vistos na faculdade tornam as provas mais palatáveis

Por Ocimara Balmant
Atualização:
Alexandro Borrigueiro é auditor fiscal em São Paulo Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

A perseverança dos concurseiros, de causar admiração em quem observa a rotina longa e puxada, tem relação com a convicção de que aquele é o projeto para toda a vida. Muitas vezes, é uma decisão tomada antes mesmo de fazer a primeira inscrição para um concurso.

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Estudando sozinha, a advogada Cristina da Silva, de 29 anos, foi aprovada na quarta vez em que fez a prova para o cargo de escrevente judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Já o contabilista Alexandro Borrigueiro, de 34 anos, contratou a consultoria especializada LS Concursos para conseguir passar no concorrido concurso para auditor fiscal da Receita Estadual de São Paulo. Mas tanto Alexandro como Cristina decidiram ainda na graduação que seriam servidores públicos.

Alexandro já escolheu pelo curso de Ciências Contábeis de olho nos concursos. "Vi que a grade de disciplinas que eu teria na faculdade seriam úteis para os concursos fiscais. Isso foi fundamental, além de perceber que eu tinha afinidade e empatia com esse conteúdo."

No caso de Cristina, que cursou Direito, a escolha pela carreira pública já norteou a escolha dos estágios: em vez de escritórios, ela sempre preferiu estagiar em órgãos governamentais. "Nunca tratei concurso como segunda opção, sempre foi a minha primeira opção. Estudo para eles desde o terceiro ano da faculdade."

Apesar de coerente, esse planejamento de carreira que se inicia antes da primeira aula da graduação ainda é raro no Brasil, explica o diretor do curso Damásio. "Com exceção de quem vem de uma família em que todos são servidores, e daí já cresce convicto de que também será, a maioria das pessoas faz um curso de graduação genérico e depois de formadas começam a olhar os editais. Daí é que percebem que terão de lidar com muito conteúdo desconhecido." 

Isso porque mesmo aqueles editais que pedem apenas curso superior, sem delimitar áreas, tendem a ser mais palatáveis para quem cursou uma graduação afim. Os concursos fiscais, por exemplo, cobram muito conteúdo que favorece quem tem uma formação em cursos como Contabilidade e Economia. Os de técnicos judiciários, apesar de não exigir o curso de Direito, ficam mais fáceis para quem estudou ciências jurídicas na graduação. 

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