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Governo de SP promete lousas digitais em todas as escolas da rede estadual

Investimento será de R$ 5,5 bilhões; além disso, haverá distribuição de tablets

Por Mariana Mandelli
Atualização:

SÃO PAULO - As escolas estaduais de São Paulo vão contar com lousas digitais em todas as salas. De acordo com o secretário de Educação Herman Voorwald, o governo vai lançar nos próximos dias uma parceria público-privada de R$ 5,5 bilhões para dez anos. A distribuição de tablets também está prevista.

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Segundo Voorwald, uma das propostas é ter, nas salas de aula, carrinhos em que os tablets estejam disponíveis para os alunos - que poderão usá-los e, depois, guardá-los.

A iniciativa da pasta foi anunciada poucas semanas depois de o Ministério da Educação (MEC) afirmar que, até o fim deste ano, todos os professores de ensino médio das escolas públicas do País terão tablets.

O pacote de ações da Secretaria Estadual de Educação inclui a reforma das escolas, capacitando-as para a instalação dos equipamentos; a adequação do currículo aos aparelhos e, principalmente, a formação dos professores para lidar com as novas tecnologias. “É um conjunto de ações em que os instrumentos em si não são o mais caro”, afirma o secretário. “A formação dos professores é o ponto mais forte dessa proposta.”

A ideia da secretaria é que as lousas e os tablets possibilitem uma maior interação durante o aprendizado dos conteúdos. “Uma vez formado, o professor usa aquilo como instrumento pedagógico de interação”, explica Voorwald. “O núcleo duro é a capacitação do docente para lidar com essa tecnologia e usá-la para pegar o currículo da rede e ter uma interação mais próxima com os estudantes.”

As declarações foram feitas durante o seminário Líderes em Gestão Escolar, em Embu das Artes. O evento é organizado pela Fundação Lemann, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-SP). Segundo o governo Geraldo Alckmin (PSDB), a PPP ainda está sob análise.

Crítica. O secretário criticou a distribuição de tablets sem projeto pedagógico, sem citar diretamente o projeto do MEC. Segundo ele, “distribuir por distribuir” não adianta.

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“Da forma como está sendo feito, o Estado de São Paulo não fará. O tablet não pode ser por si só o salvador da pátria”, afirmou. “Não acredito em distribuir computador para aluno, não acredito em distribuir tablet para cima e para baixo. Para mim, isso é ação eleitoral e não dá absolutamente nenhum resultado.”

Na proposta anunciada pelo MEC, a ideia é que os equipamentos contenham material didático para melhorar o conteúdo das aulas. O ministério prevê a compra - e a entrega - de até 598.402 tablets a partir do segundo semestre.

Para especialistas, o uso da tecnologia na educação é positivo, mas depende de preparo. “Uma lousa digital não garante aula melhor. O professor precisa ter clareza das possibilidades dessa ferramenta”, afirma Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

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