Formação profissional: Música Eletrônica

'Não é difícil operar software, mas sim dar um aspecto profissional ao trabalho', diz professor

PUBLICIDADE

Por Gustavo Coltri
Atualização:

Mais do que tocar, criar os ritmos que agitam festas em casas noturnas e embalam trilhas de filmes é a grande motivação de quem escolhe a graduação universitária em produção de música eletrônica. "A grade tem matérias como síntese sonora e tecnologias de áudio, além da parte de produção em software e teoria musical", diz o coordenador do curso superior de tecnologia em produção fonográfica - produção musical da Universidade Anhembi Morumbi, Leonardo Vergueiro.

 

PUBLICIDADE

Avaliada com nota máxima pelo Ministério da Educação, a graduação tecnológica da instituição dura dois anos. "O graduado pode atuar como DJ, como produtor musical ou em áreas ligadas ao entretenimento, como shows, festivais e casas noturnas. Também é possível seguir carreira em emissoras de rádio, estúdios de gravação e produtoras de áudio para cinema e publicidade", diz. Cerca de 60% dos formados, no entanto, apostam no empreendedorismo, segundo o professor.

 

A profissão não é regulamentada, mas Vergueiro acredita que o curso permita aos graduados a criação de trabalhos com qualidade técnica profissional. Ele reconhece, no entanto, algumas dificuldades na remuneração. "Um iniciante não cobra menos de R$ 250 por apresentação, mas tenho alunos que chegam a ganhar R$ 2 mil por hora tocando. Hoje, o aluno deve ter um marketing pessoal muito forte", afirma.

 

RUMOS

 

Leonardo VergueiroCoordenador do curso na Anhembi Morumbi

 

“Temos alunos que fizeram o curso e vivem como artistas de música eletrônica. Outros fazem isso como segunda atividade. E acabam trabalhando como sonoplastas e técnicos de som.”

 

MÚSICA ELETRÔNICA

Publicidade

 

Salário inicial: Variável

 

Duração: 2 anos

 

Disciplinas: Linguagem da música eletrônica, análise musical, técnicas de remixagem, empreendedorismo, legislação e projeto cultural

 

Jovem opta por curso tecnológico para fugir do amadorismo

 

Para aluno, contato com profissionais da cena eletrônica de São Paulo é atrativo da graduação

 

Foi aos três anos, quando seu pai comprou um disco da banda alemã Kraftwerk, que Giovanni Coleoni conheceu a música techno. "Ganhei uma mesa de som aos seis anos. Com equipamento de discotecagem, tive contato aos nove." Hoje, aos 18, ele é aluno do segundo semestre de produção de música eletrônica na universidade Anhembi Morumbi.

 

Produtor. Dono de selo musical, Coleoni busca profissionalismo

Publicidade

 

O jovem passa as manhãs como estagiário no estúdio experimental da instituição. "Trabalho com edição, gravação, ajudo o pessoal de outros cursos, como publicidade, jornalismo e cinema. Acabo fazendo um pouco de tudo", conta o jovem.

 

Com experiência desde adolescente - ele atua como DJ com cachês que chegam a R$ 2 mil -, Coleoni diz ter escolhido o curso em busca de profissionalismo. "Estou retomando projetos de 2008. Aqui existe uma estrutura muito boa, e temos contato com toda a cena eletrônica de São Paulo", diz o estudante, natural de São Sebastião, no litoral norte do Estado.

 

Ele ainda tem um selo musical e pretende, depois da formatura, no fim de 2012, ingressar em uma pós-graduação no exterior. "Ainda não decidi no quê."

 

QUEM É

 

Giovani Coleoni Estudante de Produção de Música Eletrônica

 

CV: Está no segundo semestre da graduação tecnológica e, desde agosto, é estagiário no estúdio experimental da faculdade durante as manhãs. Ele é DJ desde a adolescência e dono de um selo musical.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.