Feriado prejudica mobilizações pró-educação pelo Brasil

Marchas convocadas pelo Facebook reuniram poucas pessoas nesta quinta-feira

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Por Redação
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A "Mobilização geral dos estudantes brasileiros", evento convocado no Facebook para esta quinta-feira, 6, e que contava com a confirmação de presença de mais de 28 mil pessoas em todo o País, não teve a adesão esperada pelos organizadores. Os atos, que em linhas gerais buscavam alertar a sociedade para a exigência de uma educação pública de qualidade, estavam previstos para ocorrer em pelo menos 33 cidades brasileiras. "Infelizmente, o brasileiro não tem uma cultura de manifestação muito forte", afirma Ivan Neves, de 19 anos, um dos organizadores do movimento em São Paulo. "Sem dúvida alguma, muitos preferiram aproveitar ainda mais o feriado prolongado e deixaram de vir até aqui protestar." Na capital, o ato reuniu cerca de cem pessoas que, ao invés de marcharem pela Avenida Paulista e pela Rua da Consolação como previsto, acabaram permanecendo no vão livre do Masp distribuindo panfletos aos curiosos que se interessavam pela causa. De acordo com um manifestante em publicação na rede social, em Sorocaba apenas 12 pessoas participaram do ato. As cidades de Assis (SP) e São Carlos (SP) foram algumas outras que tiveram baixa adesão. A mobilização reivindica uma série de ações focadas tanto na educação básica como no ensino superior. Entre elas estão a destinação de 10% do PIB para a área já a partir de janeiro de 2013, a implementação do ensino em período integral, o atendimento das solicitações dos professores federais em greve e a adoção de material didático de grandes autores no lugar das apostilas produzidas pelo Ministério da Educação (MEC).

 

 

Segundo Hugo Damasceno, de 21, criador do evento no Facebook, a cidade onde hoje reside, Londrina (PR), foi uma das que reuniu maior número de estudantes: algo em torno de 1,5 mil pessoas, a maioria deles estudantes do ensino médio. Damasceno não pode estar presente na mobilização que ele próprio criou - ele tinha uma viagem programada com a sua família. O estudante, no entanto, diz que passou o dia ligado nas redes sociais, contatando os organizadores regionais."A nossa mobilização não acaba aqui", diz Damasceno. Nas próximas semanas, comissões regionais devem se reunir para avaliar os atos que ocorreram nesta quinta e propor melhorias para uma próxima edição, que deve ocorrer ainda este ano.

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