Feira de ciências e engenharia mostra criatividade dos estudantes brasileiros

Febrace reúne projetos de alunos do ensino fundamental e médio na Poli-USP

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Por Portal da USP
Atualização:

Um copo biodegradável comestível, um tijolo sustentável, um protótipo que auxilia o movimento de pacientes que sofrem de Mal de Parkinson e até mesmo um tênis capaz de gerar energia a partir do movimento. Esses são alguns dos projetos expostos na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), da qual participam alunos do ensino fundamental e médio.

 

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A feira, que está em sua 11.ª edição, é realizada anualmente nas dependências da Escola Politécnica (Poli) da USP, na Cidade Universitária, e visa a estimular nos jovens o gosto pela ciência, criatividade e inovação. Os 330 projetos expostos são de alunos de todo o País. Eles competem em sete áreas de interesse (Exatas e da Terra, Biológicas, Agrárias, Saúde, Sociais, Humanas e Engenharia) e concorrem a vários prêmios, entre eles a participação na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel Isef), prevista para maio, no Arizona (EUA).

 

Para avaliar os projetos são levados em consideração 12 critérios (atitude científica, habilidades, criatividade e inovação, profundidade, aplicação do método científico, relatório, diário de bordo, pôster, apresentação oral, empreendedorismo, relevância social e trabalho em grupo). Segundo Irene Ficheman, responsável pelo núcleo dos avaliadores, o aluno aprende mais quando se interessa pelo tema. “Nós acreditamos que, quando o aluno escolhe um tema e pesquisa sobre esse tema, ele se apropria disso. Ele aprende mais, ele aprende a fazer relatórios, a procurar bibliografia, a investigar. E isso o torna mais preparado para o ensino superior”, afirma.

 

Para Roseli de Deus Lopes, coordenadora da feira e professora da Poli, a Febrace representa a consolidação de um trabalho, mas ainda deve se expandir para atingir mais professores e alunos. “Um dos pontos altos da feira é mostrar que há grandes talentos advindos de todo Brasil.”

 

Sustentabilidade

 

Embora haja muitas áreas de pesquisa, alguns temas acabam sendo mais recorrentes entre os projetos. A busca por iniciativas sustentáveis, por exemplo, tem sido uma grande aposta dos expositores. Os jovens pernambucanos Willians Francisco da Rocha e Anna Rebeca Fonseca Seabra desenvolveram uma solução para o cenário degradante de excesso de lixo que os vendedores ambulantes de caldo de cana-de-açúcar deixam no chão. A equipe conseguiu fazer um tijolo utilizando o bagaço da cana descartado. Testes realizados mostraram que o tijolo sustentável possui a mesma resistência a compressão, umidade e calor que o tijolo convencional, mas com o benefício de ser mais barato.

 

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Outra equipe que foi capaz de transformar um problema em uma saída ecológica foi a dos gaúchos Tainá de Vargas, Érico de Oliveira e Lisiane Oestraich. Observando o grande desperdício de copos descartáveis em sua escola, os jovens criaram um copo biodegradável comestível. “O projeto é uma saída viável para a problemática do descarte de copos e a gente pretende dar continuidade para que possa resultar em uma possível comercialização”, diz Tainá

 

Energia

 

Inspirados pelo movimento da ONU, que no ano passado realizou o Ano Internacional da Energia Sustentável, um grupo de amigos do Rio Grande do Sul resolveu criar um método viável de fabricação de energia.

 

“A ideia era achar uma forma barata que pudesse gerar eletricidade”, conta Leomar Radke. O projeto dos meninos consiste, basicamente, em utilizar tênis para comprimir cristais e, com isso, gerar um diferencial de potencial elétrico, ou seja, energia. O protótipo tem um custo barato, já que pode ser implantado em qualquer par de tênis. O custo real dos cristais não ultrapassa R$ 3.

 

O tênis foi bem sucedido e teve um pico de 10 volts produzidos. O problema a ser solucionado agora consiste em como armazenar a energia. Mas os próprios cientistas mirins reconhecem seu feito como uma solução viável para o problema de energia, e consideram que utilizar os cristais comprimidos em locais de fluxo intenso – seja de automóveis ou de pessoas – é uma forma de reduzir os custos em energia.

 

Vida simples

 

Os mineiros Guilherme Ribeiro, Eduardo Padinha e Alisson Augusto desenvolveram um protótipo que busca auxiliar a locomoção de pacientes que sofrem com o Mal de Parkinson. A ideia surgiu de uma pesquisa feita com uma fisioterapeuta, quando se pôde notar que os pacientes de idade avançada e com Parkinson apresentavam sérias dificuldades para andar. O dispositivo, que custa cerca de R$ 60, tem lasers que indicam onde o paciente deve pisar.

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Ainda no quesito de promover facilidades para o cotidiano, um grupo de amigos cariocas cansados de ouvir queixas – e se queixarem –  sobre objetos perdidos elaboraram um dispositivo que emite um sinal quando supera certa distância máxima permitida, indicando onde está o objeto perdido. O projeto, que ficou conhecido como Carteira Antiperda, funciona com dois dispositivos, um transmissor e um receptor de sinais.

 

Música

 

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O baiano Arismário Araújo Júnior sempre gostou muito de tocar guitarra, e movido por seu interesse resolveu dar aulas para crianças. Contudo, um problema era frequente nas aulas: a dificuldade de coordenação motora.

 

Decidido a  ensinar música para as crianças a qualquer preço, o baiano desenvolveu uma guitarra com materiais recicláveis e com conexão USB que simula os movimentos dos acordes e da rítmica com o auxílio de um jogo na internet. O protótipo fez sucesso entre as crianças e ajudou a popularizar o instrumento pode ser utilizado tanto em computadores quando em videogames. Apesar de reconhecer seu protótipo como pioneiro, já que há não registros de nenhuma guitarra feita de materiais reciclados anteriormente, Arismário não possui metas maiores por enquanto. “Eu pretendo apresentar meu trabalho e conhecer os outros projetos que estão expostos. Não tenho grandes expectativas porque essa é a minha primeira vez na feira.”

 

Serviço

 

A Febrace termina na quinta-feira, 14. O espaço fica aberto das 9h ao meio-dia e das 14h às 19h. O acesso é gratuito. Mais informações no site www.febrace.org.br.

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