A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP vai vetar a proposta de criar um curso de Administração Pública para o câmpus da zona leste da capital. A encomenda, feita pelo reitor João Grandino Rodas, causou irritação entre professores e alunos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), que oferece o bacharelado em Gestão de Políticas Públicas na USP Leste.
O pedido de Rodas, revelado em maio pelo Estadão.edu, também gerou desconforto entre docentes da FEA. Professores chegaram a discutir o assunto, mas levantaram uma série de restrições à criação do novo curso - entre elas o fato de já existir uma graduação com proposta semelhante em funcionamento na USP Leste.
A decisão da faculdade foi tomada última sexta-feira, 19, após o diretor, Reinaldo Guerreiro, reunir-se com uma comissão de professores e o diretor da EACH, Jorge Boueri. "Fizemos uma análise detida e vimos que ficaria difícil oferecer um curso de Administração Pública junto com o de Gestão de Políticas Públicas", afirmou Guerreiro ao Estadão.edu nesta quarta-feira, 24. "Essa ideia (de criar o curso) não vai para frente."
A EACH espera agora ser recebida pelo reitor para "aparar as arestas". Antes, a ideia era divulgar uma carta aberta questionando o pedido de Rodas à FEA.
Poli. A Escola Politécnica (Poli) também havia sido provocada por Rodas este ano para transferir o curso de Engenharia da Computação para a USP Leste - e também disse "não". Pela proposta, o bacharelado deixaria de abrir vagas para ingresso na Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste, e passaria a ser oferecido no câmpus da zona leste. O Departamento de Computação e Sistemas Digitais da Poli vetou a sugestão por julgá-la "inadequada".