Estudantes trocam socos e xingamentos em assembleia na Unifesp

Confusão ocorreu após maioria decidir continuar greve iniciada dia 22 de março

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Por Redação
Atualização:

Estudantes da Unifesp trocaram xingamentos na assembleia que definiu, ontem à noite, a continuidade da greve no câmpus de Guarulhos. Vídeos publicados na internet nesta sexta-feira, 11, mostram a confusão envolvendo centenas de alunos. Em clima de empurra-empurra, uma pessoa levou um soco e outra, contrária à paralisação, foi encurralada e acusada de fascista.

 

Segundo estudantes, a assembleia reuniu cerca de mil pessoas. Em votação, a maioria decidiu manter a greve por período indeterminado. Os alunos não vão às aulas desde o dia 22 de março.

 

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Os vídeos foram gravados logo após ser proclamada a continuidade da greve. Mostram um grupo de descontentes acusando a mesa de manipular o resultado porque, segundo eles, não dava para enxergar contraste nas mãos levantadas durante a votação. Um dos responsáveis pela condução da assembleia diz ao microfone: "A gente vai dar continuidade à assembleia, independente de qualquer coisa".

 

O clima fica ainda mais tenso. Estudantes se empurram e trocam acusações no pátio e na sacada de um dos prédios. De repente, começa a correria e um estudante leva um soco.

 

 

Segundo o aluno de Filosofia Pedro Almeida, de 25 anos, o rapaz agredido xingou meninas que votaram a favor da paralisação. Um grupo foi tirar satisfações, o que terminou em corre-corre e na briga.

 

"O pessoal contra a greve queria causar a implosão da assembleia, mas não conseguiu porque estava em minoria", diz Pedro. "A greve passou com uma diferença não muito grande."

 

Greve

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Cerca de 80 alunos ocuparam o prédio da diretoria acadêmica do câmpus de Guarulhos no último dia 3. Houve uma reunião com o diretor, mas sem resultados. Os estudantes saíram 48 horas depois, porque foram avisados de que a Polícia Militar seria chamada para cumprir ordem judicial de reintegração de posse.

 

Os grevistas reivindicam moradias estudantis, a construção de um novo prédio para a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) e a retirada de processos de sindicância abertos contra 48 estudantes que invadiram a diretoria durante outra paralisação, em 2008.

 

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da Unifesp por volta das 20h.

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