Especialização em neurologia dura três anos e tem grande carga de aulas práticas

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Por Cris Olivette
Atualização:

Para receber o título de especialista em neurologia, o médico precisa cursar três anos de especialização. “É uma obrigatoriedade imposta pela Comissão Nacional de Residência Médica (CMRM) e pelo Ministério da Educação (MEC)”, explica o coordenador da especialização da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Rubens José Gagliardi.

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“Após concluir os seis anos da faculdade de Medicina e de obter o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), o profissional presta concurso para conquistar uma vaga na especialização. O primeiro ano é básico em clínica médica. Depois disso, são mais dois anos específicos em neurologia.”

 

Segundo Gagliard, nesse período de três anos, o médico recebe formação intensa e passa por treinamento prático, teórico e científico. “Nosso programa contém uma carga de aulas práticas muito grande, com atendimento nos diversos ambulatórios, pronto-socorro, unidade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria.”

 

Os alunos também obtêm, diz o coordenador, embasamento teórico por meio de discussões de casos com os professores, revisão de literatura médica e de diretrizes, acompanhamento de publicações mundiais, participação em congressos e simpósios. “Com base nesse conhecimento, todos devem preparar um trabalho científico.”

 

Gagliardi afirma que os alunos são avaliados periodicamente, conforme determina a CMRM, e no fim do curso, apresentam uma monografia a uma banca especializada. “Sendo aprovado, o médico recebe o título de residente. Após obter esse título, pode pleitear o título de especialista, que é concedido pela Academia Brasileira de Neurologia. Antes, porém, é submetido a uma prova prática e teórica. Com o título de especialista em mãos, o médico estará apto a trabalhar em hospital, pronto-socorro e consultório.”

 

Neurologia

 

Salário (20 horas semanais) R$ 5 mil

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Duração (especialização) 6 semestres

 

DisciplinasDoenças cérebro vasculares (AVC), epilepsia, estudo dos movimentos, cefaleias, distúrbio do sono, demência, neuropatias

 

‘Gostei do raciocínio clínico necessário ao diagnóstico’

Médica-estudante diz que interesse por esse ramo da Medicina ocorreu na graduação

 

Letícia Neves Duarte fez Medicina na Faculdade do Estado do Pará. “Durante a graduação, tive aula de neurologia e me encantei com a especialidade. Gostei principalmente do tipo de raciocínio clínico que temos de ter para fazer o diagnóstico”, recorda.

 

 

Em seguida, ela passa por algum tipo de atividade teórica. “Pode ser uma aula ou a apresentação de um caso interessante, com descrição aprofundada, que depois é comentada por todos.” À tarde, ela volta a fazer consultas nos ambulatórios. “Uma vez por semana também faço plantão noturno no pronto-socorro.”

 

Letícia afirma que ainda não sabe em qual ramo da neurologia vai atuar. “Todos têm pontos interessantes. Por isso, acho importante ter a oportunidade de atender uma diversidade grande de casos. Mas vou deixar para decidir no terceiro ano.”

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A médica ainda não decidiu se voltará para capital paraense, mas avalia que lá há mais campo de trabalho. “Além disso, é em Belém que vive a minha família.”

 

QUEM É

 

Letícia Neves DuarteFaz especialização na Santa Casa de São Paulo

 

Aos 26 anos, está no segundo ano de neurologia. Além de fazer plantão noturno uma vez por semana no pronto-socorro da instituição, a médica acompanha os casos de pacientes internados, realiza consultas nos ambulatórios de especialidades neurológicas, participa de aulas teóricas e de apresentações de casos. Semanalmente também participa de reunião com equipe neurocirúrgica.

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