Escolas ocupadas em SP terão festa de ano-novo

Estudantes preparam evento na 1ª unidade invadida na capital paulista e planejam saída até o próximo domingo

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Por Isabela Palhares
Atualização:
Ocupação. Aulas começarão a ser repostas em janeiro Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

SÃO PAULO - Há 51 dias acampados na Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, os alunos preparam para esta quinta-feira, 31, uma festa de ano-novo na ocupação para, em seguida, sair da unidade até domingo. O colégio foi o primeiro a ser invadido na capital contra a reorganização escolar, suspensa no início deste mês pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Dez unidades ainda permanecem tomadas pelos estudantes.

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De acordo com os alunos da unidade, a dirigente de ensino da região pediu que eles desocupassem a unidade para que as aulas de reposição deste ano letivo pudessem ser retomadas na segunda-feira. Ela ainda teria proposto, segundo eles, a montagem de um projeto sobre temas que gostariam que fossem abordados na reposição.

“Vimos que não só barramos a reorganização, mas que os alunos ganharam mais voz e participação na gestão escolar e dentro da sala de aula”, disse o estudante Heudes Oliveira, de 18 anos, da Fernão Dias. 

Na Escola Godofredo Furtado, também em Pinheiros, os alunos estão organizando uma festa fechada para esta quinta e, depois, um evento aberto para a comunidade e os pais na sexta. “Estamos nos preparando para sair, mas queremos garantir algumas mudanças. A diretora, por exemplo, é muito autoritária e implica com a roupa das alunas. Não vamos tolerar mais essa perseguição e machismo”, disse a estudante Ariane Lima, de 17 anos.

Polícia. Os alunos da Escola João Dória, no Itaim Paulista, acusaram, por uma rede social, policiais militares e a direção da unidade de os retirarem à força da ocupação na noite de terça. Segundo o relato, policiais ameaçaram quebrar cadeados para entrar no local. Os alunos disseram que, por medo, liberaram a entrada. Em seguida, funcionários da direção da escola chegaram ao local e eles foram obrigados a sair do colégio. Uma estudante de 15 anos foi levada para o 50.º Distrito Policial, sob acusação de dano ao patrimônio público, mas foi liberada. 

Segundo a Secretaria Estadual da Educação, um levantamento prévio apontou prejuízo de R$ 60 mil no local, com o sumiço de equipamentos eletrônicos e vidros quebrados. A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que a ação foi pacífica e que os policiais militares entraram no local após “estranharem a movimentação”.

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