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Entidades criticam aprovação de texto-base da reforma do ensino médio

Principal preocupação dos especialistas é com a falta de diálogo sobre as propostas

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:
Texto estabelece que, a cada ano, 60% da carga horária seja destinada à Base Nacional Comum Curriculare 40% aos itinerários formativos Foto: Lucio Bernardo Junior / AGENCIA CAMARA

Entidades ligadas à educação criticaram a aprovação do texto-base da Medida Provisória (MP) 746, que reformula o ensino médio no País. A preocupação dos especialistas é que a MP não é a melhor ferramenta para discutir o assunto e que faltou mais diálogo sobre as propostas.

A socióloga Fernanda Sobral, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), declarou ao Jornal da Ciência, publicação da entidade, que é "preocupante" que as disciplinas de Filosofia e Sociologia não sejam mais obrigatórias e disse que elas "dão noção de humanismo". Ela destacou que a MP inviabiliza um "amplo debate sobre o assunto", ainda que a reforma já fosse defendida pelo governo anterior, por intermédio de projetos de lei.

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Já a Conferência Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) destacou em nota que "reformas na educação são complexas e exigem muito debate e construção, sendo, portanto, inadmissível que se faça uma reforma educacional via medida provisória, um instrumento que tem como marca a pressa, o imediatismo e a falta de abertura ao diálogo". O texto critica ainda autorização para que profissionais com "notório saber" possam lecionar no ensino técnico, independentemente de sua formação. 

Ao Estado, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) Carina Vitral lembrou que hoje há pelo menos 200 escolas ocupadas no País em diversos Estados e diz que os estudantes devem participar de atos pelo País na próxima terça, 13.