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Enem teve 1.522 candidatos eliminados por suspeita de fraudes

Ministro da Educação não deu detalhes sobre participação de fiscais da prova em irregularidades

Por Paulo Saldaña e Barbara Ferreira Santos
Atualização:

*Atualizada às 20h31

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O Ministério da Educação (MEC) eliminou neste ano 1.522 candidatos que tentaram fraudar ou cometeram alguma irregularidade no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, são casos que vão de uso de celular no dia do exame a tentativa de entrar com ponto eletrônico no local de prova.

A Polícia Civil mineira constatou indícios de que uma quadrilha que fraudava vestibulares de faculdades particulares de Medicina de Minas e do Rio teriam atuado também na última edição do Enem. Segundo as investigações, a quadrilha teria vendido respostas em Barbacena, em Minas.

Mercadante disse que o MEC ainda não conhece as investigações. "Até o momento nada foi encaminhada para o MEC. Há o indicio e queremos apurar com rigor, mas não recebemos nenhum nome, qual escola essas pessoas teriam entrada, para fazermos os cruzamentos", disse Mercadante na manhã desta sexta, dia 20, em evento na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na capital paulista.

Dentre os que foram eliminados do exame, 396 são de Minas e quatro deles, de Barbacena. O MEC, segundo o ministro, não sabe se eles fazem parte da quadrilha investigada pela polícia mineira. O ministro não deu detalhes sobre participação de fiscais da prova em irregularidades.

Mercadante descartou qualquer possibilidade de cancelar o exame parcial ou totalmente. "São todos casos isolados", disse. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao MEC que organiza o Enem, divulgou nota sobre o caso. "Como o Inep, até o momento, não teve acesso a qualquer nome de possível beneficiado pelo esquema, é impossível verificar se os supostos beneficiários da quadrilha estão entre os 1.522 candidatos já excluídos do exame por fraude.", afirmou o instituto. 

Desde o início de dezembro, a Polícia Civil mineira constatou indícios de que a quadrilha que fraudava vestibulares de faculdades particulares de Medicina de Minas e do Rio de Janeiro também teria vendido gabaritos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A quadrilha foi desbaratada por meio da “Operação Hemostase”, que já teve execução de 21 mandados de prisão preventiva eresultou no indiciamento de 36 pessoas por envolvimentos nas fraudes de vestibulares de Medicina. Segundo o responsável pelas investigações, delegado Fernando Barbosa Lima, de Caratinga (MG), o suspeito apontado como chefe do grupo, José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, teria tido também acesso às provas do caderno amarelo.

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