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Enem aborda questão racial e identidade nacional no Brasil no 1º dia

191 mil estudantes fizeram neste sábado, 3, as provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza; na data oficial, em novembro, suas escolas estavam ocupadas

Por Isabela Palhares e Leonardo Augusto
Atualização:
Em cima da hora. Alunas correm para entrar em escola em Belo Horizonte Foto: ALEX DE JESUS|O TEMPO

SÃO PAULO - As questões do primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste sábado, 3, abordaram o trabalho escravo, a questão racial e a identidade nacional brasileira. Neste primeiro dia, os estudantes fizeram as provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, com 45 questões múltipla escolha em cada uma delas. 

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Para o professor Ademar Celedônio, diretor de ensino do Sistema Ari de Sá, a prova de ontem foi bastante “equilibrada e fiel” ao seu modelo. Ele disse que a prova teve o mesmo nível de dificuldade da primeira edição deste ano - realizada nos dias 5 e 6 de novembro. “Os alunos podem ficar tranquilos, tanto os que fizeram a primeira prova, como os que fizeram a segunda. As duas provas estavam muito parecidas em termos de dificuldade”. 

Celedônio disse que a prova de Ciências Humanas (com questões de Geografia, História, Filosofia e Sociologia) trouxe questões focadas no “eixo sociedade, cultura e poder”, conforme outras edições. “Cobrou de forma bem equilibrada os conteúdos que permeiam o ensino médio, desde o 1º reinado no Brasil até temas atuais. E mantendo a sua proposta, a prova traz questões que abordam os direitos humanos, dando um recado para nós”, disse. 

Em Ciências da Natureza (biologia, química e física), Celedônio disse que a prova foi mais objetiva, com textos menores do que em outras edições. “Exigia menos interpretação e cobrava do alunos mais conhecimento sobre o conteúdo. O que não quer dizer que a prova estava difícil, mas que ela trouxe uma abordagem diferente”.

Mais tempo. Candidatos que fizeram a prova ontem comemoraram o fato de terem tido um mês a mais para estudar. Kauna Barbosa, de 19 anos, candidata a uma vaga em Pedagogia, acredita ter conseguido usar bem o tempo extra. “Por causa das ocupações tive mais dias de estudo e consegui me preparar bem”, contou a estudante, que fez o Enem em Curitiba.

Para Kauane Kristhiel, de 20, também da capital paranaense, a única coisa que atrapalhou foi a data em que o exame foi remarcado, pois ela já estava inscrita em outro vestibular. “Eu queria ter feito hoje (sábado, 3) a prova em outro lugar, mas, com o tempo que tive, pude aproveitar para estudar mais.” Somente no Paraná, 43 mil estudantes tiveram o Enem remarcado por causa da ocupação das escolas.

O Enem é aplicado nos dias 3 e 4 de dezembro para 191 mil alunos em 23 unidades da Federação, que não puderam fazer a primeira prova por causa das ocupações estudantis contra a PEC do Teto de Gastos e a MP do Ensino Médio. 

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, informou que não foram registradas ocorrências graves em nenhum dos 418 locais de aplicação. Os estudantes voltam a realizar provas neste domingo, 4, a partir das 13h30, quando serão realizadas as provas de Matemática, Linguagens e Códigos e a redação.