Em greve, 5 mil professores municipais fazem protesto no centro de São Paulo

Reajuste anunciado pela Prefeitura na semana passada não interrompeu greve; profissionais da educação já estão parados há 20 dias

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Por Victor Vieira
Atualização:

Atualizada às 20h54

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SÃO PAULO - Uma passeata de professores e funcionários da educação municipal bloqueou a Avenida Paulista nesta terça-feira, 13. De acordo com a Polícia Militar, 5 mil manifestantes participaram do ato. Em greve há três semanas, eles decidiram manter a paralisação da categoria. Os sindicatos rejeitam a proposta feita pela Prefeitura de São Paulo, na semana passada, de reajustar os salários em 15,38% por meio de bônus.

Os grevistas reivindicam incorporação imediata dos bônus às remunerações. A Secretaria Municipal de Educação informou que o projeto de lei que aumenta o salário do magistério foi encaminhado nesta terça-feira à Câmara Municipal. O Município, segundo a pasta, pagará um dos maiores pisos salariais do País se aprovado o reajuste. Com o bônus, professores já recebem R$ 3 mil por jornada de 40 horas semanais a partir deste mês.

Contra a proposta, os manifestantes se reuniram às 14h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) para uma assembleia. Em seguida, o grupo seguiu pela Avenida Paulista e a Rua da Consolação, que ficaram parcialmente fechadas.

Com buzinas e cartazes, o protesto terminou na Prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro, no início da noite. Às 19h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou índice de lentidão de 165 km, ante uma média de 133 km para o horário.

Apesar da estimativa da PM, o Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), um dos principais da categoria, informou que foram 12 mil manifestantes na marcha.

Segundo a secretaria, 56 das 1.523 unidades da capital não funcionaram nesta terça. O número, informou a pasta, foi maior por causa da assembleia geral e do protesto. O Sinpeem afirmou que 65% das escolas pararam total ou parcialmente.

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Reivindicações. Para o presidente do Sinpeem, Cláudio Fonseca, o governo municipal precisa voltar à mesa de negociações. "Queremos que a resposta da Prefeitura não se resuma à questão salarial", afirmou. Entre as outras queixas, estão a falta de segurança, o elevado número de alunos por classe e a estrutura precária das escolas. Ainda não houve, segundo Fonseca, nova sinalização da Prefeitura sobre as reivindicações.

Outra manifestação foi marcada para a tarde desta quinta-feira, 15, em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Educação, na Vila Mariana, zona sul.

Em nota, a pasta afirmou que desde 2011 cerca de 20 mil profissionais que recebem o piso "não vinham tendo aumento dos rendimentos, mas apenas os benefícios de incorporação de partes de abonos concedidos anos atrás". Esse grupo, com a proposta, terá reajuste de 15,38%. Os outros 59 mil profissionais e os 28 mil aposentados receberão aumento de 13,43% nas remunerações. O aumento do gasto da Prefeitura com os salários da educação será de R$ 622 milhões neste ano.

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