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Em busca da autonomia e da confiança para a filha

Arquiteta de 37 anos ensina à filha de 5 como lidar com o diferente e a ter paciência com os amigos

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:
Aval. Estratégia de Lísea é respaldada por especialistas Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Enquanto alguns pais se preocupam desde cedo com qual escola escolher para dar ao filho as melhores condições para uma futura carreira de sucesso, a arquiteta Lísea Thomé Kásper, de 37 anos, optou por priorizar o desenvolvimento social e emocional da filha Sofia, de 5 anos. “Queria uma escola que rompesse um pouco com os padrões tradicionais, em que ela aprendesse desde cedo a conviver, a aceitar as diferenças e a desenvolver um senso crítico próprio, sem imposições”, conta a mãe.

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Na escola onde a menina estuda, na zona oeste da capital paulista, a inclusão é um dos principais pilares. “Ela tem colegas de diferentes histórias, raças e estruturas familiares. Ao mesmo tempo em que a gente usa esse contexto para trabalhar diariamente a compreensão das diferenças, esse ambiente também é importante para ela se sentir aceita com as próprias diferenças”, afirma Lísea.

Nos momentos de conflito na escola e em casa, Sofia sempre é ensinada a tentar entender o lado do outro para conseguir resolver o problema. “Havia uma coleguinha com deficiência que sempre mordia a Sofia. A gente tentava mostrar que ela tinha de ter mais paciência e não revidar. Era importante que ela aprendesse a lidar normalmente com as diferenças, mas que, ao mesmo tempo, visse as situações em que era preciso se colocar no lugar da colega e entender as motivações e o jeito do outro”, diz a mãe.

Caminho certo. O raciocínio de Lísea é apoiado por especialistas. “Se em uma situação de conflito os pais estimulam a criança a revidar com igual egoísmo ou agressividade, ela vai ficar ainda mais autocentrada e terá cada vez mais dificuldades de desenvolver empatia”, diz Christian Kristensen, professor do programa de pós graduação em Psicologia da PUC-RS.

Segundo Lísea, o diálogo com a criança e a apresentação das diferenças também têm ajudado Sofia a lidar com situações de bullying, em que é provocada por colegas. “A criança começa a entender os próprios sentimentos e as motivações dos outros e fica mais autônoma. Às vezes é necessário intervir, mas a gente sabe que não pode fazer tudo pelos filhos. Então é importante que eles encontrem suas próprias formas de lidar com as situações que aparecem. Isso dá mais confiança a eles.”

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