SÃO PAULO - Reclamações sobre falta de merenda e más condições nas escolas dominaram o bate-papo na internet entre alunos e o secretário da Educação do Estado, José Renato Nalini, feito na noite desta segunda-feira, 7. A conversa virtual é uma estratégia do novo titular da pasta para dialogar melhor com os estudantes, após os protestos contra o projeto de reforma da rede no fim do ano passado. Na quinta-feira, 10, a secretaria começa em Bauru uma série de encontros presenciais nos colégios.
Além de estudantes, pais e professores enviaram dezenas de questionamentos pela rede social. O secretário prometeu avaliar as queixas sobre casos específicos. Em relação a problemas gerais, ele prometeu esforços, mas ressaltou as dificuldades orçamentárias em ano de crise econômica.
Ao ser perguntado sobre o que faria para melhorar as condições de trabalho docente,Nalini disse que vai verificar "o que se pode fazer num ano em que o Brasil mergulhou numa crise dramática". O secretário ainda afirmou que "não há data" para o pagamento do bônus - dado aos professores de escolas que atingiram as metas nos índices de aprendizagem - por causa da situação crítica dos cofres paulistas.
A recessão econômica também foi argumento usado na conversa com uma internauta, que perguntou se ele achava "agradável trabalhar numa sala de aula com 40/45 alunos, sem ventiladores". Nalini respondeu que iria " tentar melhorar a performance", mas acrescentou que a migração da rede privada para a pública foi grande. "Sinal da crise", concluiu.
Merendas. De acordo com Nalini, 98,7% das escolas estaduais paulistas contam com merenda nutritiva e bem preparada. "O que ainda apresenta problemas está sendo enfrentado com urgência." Nenhuma delas, porém, está sem alimento para os alunos.
Os internautas também cobraram punições aos envolvidos no suposto desvio de verbas na compra de merenda na rede. "Essa é a missão do MP (Ministério Público), se a final vier a ser comprovada a responsabilidade", acrescentou Nalini.
O titular da Educação ainda garantiu que o projeto de reorganização da rede, alvo de críticas e manifestações de alunos no ano passado, está suspenso. Os estudantes, de acordo com ele, serão ouvidos sobre as propostas de mudança. No auge do movimento contra a reforma da rede, em dezembro, 196 escolas foram ocupadas por alunos contrários ao projeto.