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Efeito Enem eleva notas de corte para 2ª fase da Fuvest 2018

Oito dos dez cursos mais concorridos têm aumento; prova foi considerada mais fácil

Por Julia Marques
Atualização:
Pronta para a próxima.Marina fez contas para tentar descobrir a nota mínima; segunda fase será de 7 a 9 de janeiro Foto: Alex Silva/Estadão

 

SÃO PAULO - Erik Yudi acreditava que, com as questões que acertou, seria mais fácil ir para a segunda fase da Fuvest, vestibular para ingresso na Universidade de São Paulo (USP). Mas ele se surpreendeu. “Subiu demais a nota de corte”, diz o candidato de Medicina, de 20 anos, que conseguiu a aprovação por dois pontos. 

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A Fuvest divulgou nesta sexta-feira, 8, as notas mínimas para a aprovação dos candidatos na primeira fase. Houve elevação em oito das dez carreiras mais concorridas. Só Jornalismo teve nota de corte menor - e Medicina, em Bauru, foi criada este ano. 

As notas subiram ainda mais para os que tentam uma vaga na Medicina em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Para o curso, a alta foi de 10% – de 69 pontos para 76, em 90 possíveis. 

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Professores de cursinhos têm a explicação na ponta da língua: o crescimento tem relação com a redução no número de vagas oferecidas especificamente pela Fuvest, o que eleva a concorrência. Desde 2015, a USP adota o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como método alternativo de ingresso. Com isso, das 105 carreiras em oferta neste ano, mais da metade (58) teve aumento na concorrência pela Fuvest em relação à edição anterior.

No caso de Medicina, foram 135,7 inscritos por vaga, mais do que o dobro do ano anterior. O total de lugares pela Fuvest caiu de 295 para 125. É a primeira vez que a Medicina usará o Enem para selecionar candidatos – para 50 vagas. Além disso, a Fuvest não será mais utilizada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, que oferecia 120 vagas na “conta” da carreira de Medicina em Pinheiros. 

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“Na maioria dos cursos, a nota de corte aumentou em 2 ou 3 pontos e isso é recorrente nos vestibulares”, diz o coordenador do Anglo, Daniel Perry. Segundo ele, a prova considerada mais fácil deste ano também explica, em parte, o crescimento da nota mínima. “Todo vestibulando que se prepara sabia que haveria um aumento, mas 7 pontos em Medicina é realmente impactante. O aluno que tinha feito 75 ou 74 ainda tinha a esperança de ser convocado.”

Candidato de Medicina na USP pela terceira vez, Yudi é um dos 359 selecionados para a segunda fase. Ele fez 78 pontos na primeira etapa e recebeu a notícia com alívio, mas viu a decepção de colegas. “Acabou surpreendendo todo mundo.” Quem também está no páreo é Marina Bianco, de 26 anos. Formada em Direito, a aluna voltou ao cursinho para mudar de carreira e fez até cálculos para estimar a nota de corte. E não errou. “Minha conta feita em casa estava dando aproximadamente 75 ou 76.” 

Preparo

Preparação. Agora, Marina e Yudi querem aproveitar a oportunidade para estudar. E as festas de fim de ano terão de ser adiadas, pelo menos por alguns dias. “No ano passado, não comemorei o Natal. Fui ao Starbucks e fiquei estudando até fecharem. Neste ano, pretendo fazer a mesma coisa”, diz Yudi. 

Para Eduardo Figueiredo, coordenador de Física do Objetivo, a ideia é não relaxar. “O aluno tem de manter o ritmo que teve o ano todo. É como uma olimpíada.” A segunda fase da Fuvest será aplicada nos dias 7, 8 e 9 de janeiro. 

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