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Após as férias, é hora de organizar estudos e revisar conteúdos

Pais procuram ajuda para evitar correria por notas no 2º semestre; escolas usam última semana de folga para recuperar o ritmo

Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - O fim das férias mal desponta na esquina e a correria é certa: quem não foi bem na escola durante o primeiro semestre começa a se preocupar em como recuperar o tempo "perdido". Especialistas em educação, no entanto, dizem que esse não é momento de desespero, mas de organização, a fim de planejar um fim de ano menos atribulado para pais e filhos.

"Mal deixei de me preocupar com a recuperação e agora já tenho de pensar nas estratégias para que ele comece a ir bem na escola. Vou atrás de professor particular e da orientação de uma psicopedagoga para não ficar ainda pior no fim do ano", diz a comerciante Carina Araújo, mãe de Lucas, de 13 anos, que estuda em um colégio particular da zona sul da capital.

Na folga. Mateus participou de grupo na escola para relembrar conteúdo de Física Foto: Rafael Arbex/Estadão

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Ela conta que há dois anos o filho começou a ir mal na escola, e o fim das férias passaram a virar um pesadelo "atrás de boas notas".

Para evitar a correria, ela decidiu adotar algumas medidas já no início do segundo semestre letivo. Com ajuda especializada, Carina disse que pretende criar uma rotina de estudos diária e vai manter o professor particular de Português que já ajudou Lucas durante a recuperação. "Ele não consegue se concentrar quando está sozinho, por isso, acho que a ajuda vai ser fundamental, pelo menos por um tempo."

Socorro. "Meu filho tem preguiça de estudar" e "não consegue se concentrar" são as duas reclamações que Roberta e Taís Bento mais recebem dos pais. As duas, mãe e filha, são especialistas em Pedagogia e em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro e escreveram o livro Socorro, meu filho não estuda!, que será lançado nesta semana. A edição traz dicas para os pais lidarem melhor com as dificuldades dos filhos.

Para Roberta, há um mito de que essa nova geração de crianças é "multitarefa", ou seja, de que pode se concentrar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. "Isso não é verdade, ele pode até se atentar a mais de uma situação, mas não se aprofunda em nada e não aprende, não assimila o conteúdo."

Por isso, ela faz recomendações simples, como desligar os equipamentos eletrônicos na hora dos estudos. "Mas não adianta nada se os pais não derem o exemplo. Eles precisam mostrar que na hora do almoço e do jantar, ou quando se está lendo um livro, é o momento de se concentrar e não ficar mexendo no celular", emenda Taís.

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Ritmo. Para que os alunos voltem ao ritmo de aulas, o colégio Renovação, na zona sul da capital, montou um grupo de estudos para as séries do ensino fundamental 2 e médio na última semana de férias.

Em vez de professores, alunos monitores revisam o conteúdo do primeiro semestre com uma lista de exercícios. Mateus Pascoali da Silva, de 12 anos, participou do grupo para relembrar o que aprendeu em Física, disciplina que tem mais dificuldade. "Foi bom para ele retomar esse conteúdo e também para voltar à rotina, com horário para dormir e estudar", diz a mãe, Andrea Pascoali.

Para a psicopedagoga Edith Rubinstein, a retomada das aulas é o momento ideal para uma mudança de hábitos da família. "A presença e o apoio dos pais é fundamental, eles precisam entender que não há uma fórmula mágica para todas as crianças e que cada uma tem seu tempo e suas particularidades."

Como estão descansadas das férias, segundo a psicopedagoga, as crianças podem se adaptar mais facilmente à rotina de estudos, em vez de só correr atrás das notas, sem se preocupar com o aprendizado. Na folga. Mateus participou de grupo na escola para relembrar conteúdo de Física.

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