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Descubra o que o artista plástico Gustavo Rosa queria saber aos 21 anos

Ele tem 67 anos e já expôs em vários países e museus, como o Louvre, de Paris

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Por Redação
Atualização:

"Eu nasci desenhando. Antes de falar, já desenhava. Minha linguagem com o mundo era o lápis, eu desenhava tudo, até sorvete. Comecei na publicidade. Não era de estudar muito e meu pai, advogado, todo intelectual, ficava meio desiludido. ‘Vai morrer de fome esse menino’, brincava. Ele trabalhava no prédio da Editora Abril e me levou lá quando eu tinha 15 anos, para trabalhar.

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Então a publicidade surgiu nessa época, por imposição do meu pai, para que eu tivesse uma profissão. Fiz um estágio com o diretor de arte da revista Cláudia, Attilio Baschera, e foi com ele que comecei a aprender. Foi uma escola muito boa. Depois, fui para uma agência. Ganhava bem e a família estava contente. ‘O menino não vai morrer de fome’, diziam. Estava com cerca de 18 anos.

Gostava de soltar balão, frequentava o clube Pinheiros e a noite paulistana, o Baiuca, La Boheme... Mas eu pintava sempre. E aos 21, em 1968, mandei um quadro para o 1.º Festival de Artes Interclubes de São Paulo. Ganhei a medalha de ouro de pintura. Como prêmio, fui para Londres, fiquei dois meses e, na volta, abandonei a publicidade e não larguei mais a pintura.

Sempre fui autodidata, até porque aqui não existia escola. Mas era curioso, ia ao ateliê dos artistas, enchia o saco do Alfredo Volpi, do Aldo Bonadei. Queria saber como preparar a tela, fazer as coisas...

O começo é difícil para todo mundo, menos para filho de rico, que não é meu caso. Tive de ralar mesmo, mas tudo é um aprendizado, principalmente se esse aprendizado vem de dificuldade e sofrimento.

Para mim, também foi muito difícil porque eu não escutava ninguém, não tinha marchand, trabalhava sozinho. Amava a liberdade, como amo até hoje. A liberdade é muito boa de um lado, mas ruim por outro: às vezes, você fica solitário. Mas pelo menos fiz meu trabalho, calquei uma área minha, sem copiar de ninguém.

Acho que isso é a essência da minha carreira. Devo ter alguma qualidade e tive muita perseverança. Sempre acreditei em mim e hoje me tornei o que sou. Não faço parte de nenhuma panelinha e isso me dá uma posição singular.

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O próprio trabalho fez com que eu evoluísse, é um processo natural. E, apesar de o mercado ser complicado, acredito que quem tem talento acaba desbravando."

 

Eu liabiografias

Eu leiode tudo, menos sobre política!

Eu acreditavaque a verdade era tudo

Eu acreditoque o dinheiro é a verdade

Minha preocupação eraviver do meu trabalho

Minha preocupação éviver do meu trabalho 

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Eu via o Brasil comoo país do futuro

Eu vejo o Brasil como o país da mentira

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