Pela primeira vez na história, a Universidade de São Paulo (USP) terá cotas no vestibular para alunos de escola pública e pretos, pardos e indígenas (PPI) em todos os cursos. A meta é ter 50% de calouros da rede pública até 2021 e, dentro desse grupo, ter 37% de estudantes PPI. A decisão já vale para o próximo processo seletivo.
A USP acerta ao adotar reserva de vagas no vestibular? Veja abaixo a opinião de especialistas:
Sim. Estava mais do que na hora de a USP ter cotas. As federais as têm há muito tempo. O formato escalonado foi positivo, já que as reservas valerão para todos os cursos e não para a USP como um todo, senão haveria risco de alguns cursos ter muitos cotistas e outros não. Com as cotas, privilegia-se o verdadeiro mérito, que leva em conta de onde se parte. O País é muito desigual, então há pessoas que saem de posição em vantagem. Se têm êxito, não é totalmente por mérito delas, mas por essa vantagem. (Renato Janine Ribeiro, professor da USP, ex-ministro da Educação)
Não. Essa não é a melhor solução. É um caminho político. Tentam solucionar um problema grave, ainda que com a melhor das intenções, mas sem pensar nos problemas que se pode ter a longo prazo. As universidades estão fazendo movimentos para responder a demandas políticas, muito mais do que acadêmicas. As melhores universidades do mundo gastam energia enorme para selecionar os melhores e, com a cota, você viola isso. É preciso melhorar o padrão da escola pública. Hoje não se forma com qualidade. (Leandro Tessler, professor da Unicamp)