De folga? Férias são boas para estudar

Cursos nessa época são a opção para quem quer se atualizar ou fazer bons contatos de trabalho

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Por Felipe Oda
Atualização:

Nada de praia, campo ou mochilões pelo mundo. Os jovens empresários paulistanos estão trocando as viagens e o descanso das férias pela sala  de aula. E os cursos vão muito além do tradicional ‘intensivão” de inglês. Além de conhecimento, eles buscam os cursos no período de folga para ampliar a  rede de contatos profissionais e conhecer novas áreas de atuação no mercado de trabalho - que mais tarde, podem ser desenvolvidas em uma outra  graduação ou especialização.

 

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Desde 2008, a coordenadora de importações Angela Dantas Moreira, de 34 anos, reserva pelo menos uma semana das férias para realizar algum curso de  atualização profissional. “É importante o profissional reciclar-se, agregar valores e rever conhecimentos. Os cursos são ótimos para troca de experiências  entre os profissionais e pelo networking”, diz Angela, que trabalha em uma indústria de insumos farmacêuticos.

 

Os cursos de férias são tratados como “o descanso construtivo” por Luiz Guilherme Árcaro Conci, coordenador da Coordenadoria Geral de Especialização,  Aperfeiçoamento e Extensão (Cogea), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). “Os cursos de férias funcionam como a porta de entrada de  novos alunos”. De acordo com ele, por não ter tempo de fazer um curso regular, o aluno do curso de férias acaba “degustando” novas áreas de conhecimento.  Assim, é comum que, após a temporada de estudos, ele emende uma nova graduação ou especialização.

 

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O publicitário Ronald Meltez, de 32, é um desses. Foi depois de um curso de férias que ele iniciou a pós-graduação em marketing. “Fiz um curso de uma semana  sobre marketing esportivo. Gostei tanto que tive certeza de que era a minha área. Depois, fui procurar uma especialização regular”.

 

Não há uma pesquisa sobre o perfil do estudante dos cursos de férias, mas Victor Trujillo, coordenador dos cursos de férias da Escola Superior de Propaganda  e Marketing (ESPM), arrisca dizer que os “jovens executivos” são o principal público. “A idade média fica na faixa dos trinta anos, mas não há uma regra. Os  interessados são principalmente os executivos, empreendedores e acadêmicos, professores ou alunos”, afirma.

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Segundo Trujillo, os cursos não atraem só paulistas. Na ESPM, ele diz que a procura de pessoas de outros estados é grande. “Eles unem o passeio de férias a  São Paulo com o curso, que pode ser feito no período noturno”.

 

Os cursos de férias das instituições paulistanas de ensino atraem gente de longe pelo reconhecimento e qualidade, acredita Conci. “Cursar uma universidade  reconhecida é uma maneira de evoluir no mercado”.

 

Outra característica dos “alunos das férias” é a necessidade de adquirir conhecimento de forma rápida e dinâmica. “O aluno quer ocupar o período com  conhecimento. Não pode perder tempo”, afirma Conci. “Até porque, a maioria está interessada em migrar para outras áreas dentro da empresa ou no mercado de  trabalho”, completa Trujillo.

 

Para Angela, a iniciativa do profissional de buscar novos conhecimentos é valorizada pelo empregador. “Demonstra que o profissional é interessado e proativo.  Acredito que o retorno do investimento é garantido”, conta a coordenadora de importações, que em janeiro cursará dois programas de férias na  ESPM.

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