Cursinhos pedem anulação de questão de física do vestibular misto da Unifesp

Aluno não conseguia chegar às respostas com os dados do enunciado da questão 15, dizem professores

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Por Redação
Atualização:

A parte de física foi a única criticada por cursinhos no segundo e último dia de provas do vestibular misto da Unifesp, nesta sexta-feira, 14. Para professores, uma questão deve ser anulada pela banca, a de número 15, porque não dava para chegar às respostas com os dados do enunciado.

 

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A questão abordava o assunto óptica e pedia para o aluno calcular, entre outras coisas, a distância focal da objetiva de um telescópio. "O candidato chega a um resultado maior do que o comprimento do próprio telescópio, o que é impossível", diz o coordenador de física do Etapa, Alexandre Lopes Moreno.

 

Segundo o professor do Objetivo Ricardo Helou Doca, a banca cometeu um erro na formulação do enunciado. A questão se baseava numa informação postada no site da USP, mas lá o diâmetro da objetiva estava correto: 101cm, e não 102cm, como apareceu no vestibular. "Não sei se foi digitação errada ou se o professor que formulou a questão quis arredondar e não percebeu a incongruência", diz Doca. "Com 102cm a questão fica furada."

 

 

O coordenador de Vestibular do Anglo, Alberto Francisco do Nascimento, diz que já procurou a Fundação Vunesp - organizadora do processo seletivo - para comunicar a falha. A reportagem tentou falar com a Assessoria de Imprensa da fundação, mas ninguém atendeu depois das 18h.

 

Ainda de acordo com Alexandre Moreno, do Etapa, os itens 11, de mecânica, e 13, de termologia, também apresentaram problemas. "Na 11, a banca deveria dizer para o candidato desprezar a altura do arremesso. Quem levou o enunciado a rigor teve muita dificuldade nas contas."

 

Para o coordenador do Etapa, a questão 13 era outra que apresentava falha. "O candidato tinha que considerar o calor latente de fusão não como o 'L' da fórmula Q=m.L, mas como o 'Q', pois a medida utilizada era caloria."

 

Moreno diz ainda que as questões 12 e 14, de mecânica e eletricidade, respectivamente, tinham formulações mais clássicas. "Elas têm contextualização, mas não é uma coisa exagerada como nas outras questões. Quando se contextualiza precisa ter muito cuidado."

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Os candidatos também fizeram 5 questões discursivas de biologia, 5 de química e 5 de biologia. O vestibular misto seleciona alunos para os cursos de Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia e Ciências Biológicas (modalidade médica), no câmpus da capital, e Ciências Ambientais, Ciências Biológicas e Engenharia Química, no câmpus de Diadema. A nota do exame é somada à do Enem.

 

Alberto Nascimento, do Anglo, diz que achou a prova teve dificuldade a abrangência medianas. "Tirando a falha da questão 15, foi um exame muito bom."

 

Em matemática, os estudantes resolveram questões sobre geometria espacial, geometria analítica, sequências e progressões, trigonometria, probabilidade e razões e proporções. "Foi uma prova com dificuldade adequada e que cobrou temas importantes, pilares da matemática no ensino médio", afirma Fernando Peters, coordenador de matemática do Etapa.

 

Assim como Peters, o coordenador de química do Etapa, Israel de Souza Almeida, considerou o exame mais difícil que o do ano passado. Segundo ele, caíram três questões de físico-química - "de nível médio de dificuldade" - e duas de química orgânica - "de nível fácil". "A prova estava bem elaborada e contextualizava o conteúdo com fatos relevantes da vida real."

 

Para Roberto Biasoli, coordenador de biologia do Etapa, foram cobrados temas importantes, que são normalmente bem trabalhados no ensino médio. Ainda assim, o aluno não encontrou respostas imediatas. "O candidato tinha de fazer uma boa reflexão em cada questão para elaborar boas respostas", afirma.

 

A lista de aprovados no processo seletivo será divulgada em 29 de janeiro de 2013.

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