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Currículo flexível já influencia escolas

Cursos eletivos são encontradas em colégios particulares e públicos de SP

Por Túlio Kruse e ESPECIAL PARA O ESTADO
Atualização:

Desde os 11 anos, a estudante Clara do Valle queria estudar Direito e se tornar juíza. Ela manteve a convicção até o 9.º ano do ensino fundamental, mas mudou de ideia ao participar do Núcleo de Projeto Social (Nups), oficina que integra o currículo flexível do Colégio Lourenço Castanho, na zona sul de São Paulo. Clara participou de discussões em grupo, propôs projetos sociais e ajudou no planejamento de atividades na escola. Hoje, aos 16, ela está decidida a prestar vestibular para Medicina.

“Queria realmente fazer algo para mudar a vida de alguém, para fazer diferença maior do que sentar e ler papéis”, conta. Para Clara, as atividades na escola influenciaram seu autoconhecimento e suas decisões. “Comecei a ver que Medicina tem muito mais a ver com o perfil de pessoa que eu sou.”

A estudante Clara do Valle sempre sonhou em ser juíza, mas projeto da escola a fez desejar Medicina Foto: Rafael Arbex | Estadão Conteúdo

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O currículo flexível, em que o aluno escolhe parte das aulas, será regra para todas as escolas do País após a reforma do ensino médio. Em algumas escolas particulares e públicas, porém, cursos eletivos já impactam a rotina e a trajetória de estudantes.

No Lourenço Castanho, alunos do fundamental 2 e do médio devem cumprir um mínimo obrigatório de eletivas para receber o diploma. As opções variam de microbiologia à dança.

Rede pública. Na Escola Estadual Alves Cruz, em Pinheiros, na zona oeste da capital, uma vez por semana os alunos têm uma aula eletiva, selecionada entre cerca de dez opções. Há também horários reservados aos “clubes”, grupos que estudam temas sugeridos pelos próprios estudantes, como skate e movimento negro. A escola desenvolve ainda um “plano de vida”, em que o jovem traça um objetivo para seu futuro profissional, e há aulas de projeto acadêmico e técnicas de estudo.

“Acho que o aluno se interessa e aprende muito mais se pesquisa algo que gosta”, diz Theo Canto, de 16 anos, que estava na escola até o semestre passado. Para ele, os clubes e os itinerários formativos aumentam o engajamento dos jovens. Canto acha, no entanto, que o ensino em tempo integral é cansativo para os alunos. “As cinco ou seis primeiras aulas funcionam bem. Passou disso, a galera já está exausta de aprender.”

O modelo de educação integral integra um programa estadual implementado em São Paulo desde 2012. Colégios no programa costumam ter índices de qualidade melhores. / T.K.

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