Cresce procura de brasileiros pelos processos seletivos no exterior

Na preparação para vestibulares estrangeiros, estudantes se dedicam a exames de proficiência e até voluntariado

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Por Guilherme Soares Dias
Atualização:

Há um grupo cada vez mais expressivo de estudantes que, além de se preparar para os vestibulares das universidades brasileiras, também focam os processos seletivos de instituições estrangeiras, principalmente as dos EUA e Europa. A maioria é aluno de escolas bilíngues, que se dedicam desde o 9.º ano do ensino fundamental para ter boas notas no colégio – um dos critérios de seleção das universidades.

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A preparação inclui ainda estudar para provas específicas exigidas pelas universidades, como conhecimentos gerais, além de certificação de língua estrangeira e voluntariado, que conta pontos no exterior. Nos EUA, além da prova de proficiência em inglês, o aluno faz uma avaliação denominada SAT (exame de aptidão escolar, na sigla em inglês). Segundo a coordenadora pedagógica do ensino médio da Escola Internacional de Alphaville, Gláucia Franco, os alunos que vão prestar vestibular para universidades americanas têm de se atentar a fatores que ultrapassam o estudo regular. “Essas instituições possuem uma visão mais abrangente do aluno. Uma das exigências, por exemplo, é uma redação sobre um desafio que superou na vida”, afirma.

Leonardo Buzzetto, de 17 anos, que deseja cursar Engenharia Química nos EUA, já separou histórico escolar, carta de recomendação da escola, notas do SAT e certificado de proficiência em inglês para apresentar a seis instituições. “Também vou fazer vestibulares no Brasil, mas prefiro uma dessas universidades de excelência”, diz. Ele tem até 1.º de dezembro para mandar todos os documentos. As respostas chegam até junho de 2014 e as aulas começam em agosto.

Na Alemanha, o processo seletivo é mais parecido com o americano do que com o brasileiro – considera a história do candidato e a nota é apenas um dos aspectos. No Colégio Humboldt, de origem alemã, os estudantes se preparam quatro semestres para o exame, cursando um ano a mais após o 3.º ano do ensino médio. Segundo o vice-diretor do Colégio Humboldt, Hans Wagner, a grade da escola prepara o aluno para o vestibular na Alemanha, chamado de Abitur – mais exigente que o do Brasil. Todos os anos, de 16 a 25 alunos do Humboldt fazem o exame.

Esporte. Juliana Valente dos Santos Seabra, de 15 anos, que cursa o 2.º ano do ensino médio no Colégio Pio XII, aposta no tênis para chegar a uma universidade americana. “Não vou prestar vestibular no Brasil. Nos EUA, além das universidades serem mais fortes, é possível conciliar com competições esportivas, o que é impossível por aqui.” Juliana tentará bolsa esportiva e ainda não decidiu se cursará Administração ou Marketing Esportivo.

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