Temendo fechamento de escola, docentes e alunos protestam em SP

Grupo fez ato em frente à Secretaria Estadual de Educação; pasta vai reorganizar unidades para separar estudantes por ciclos

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:
Alunos, pais e professores participaram do protesto na Praça da República Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Atualizado às 19h30

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SÃO PAULO - Com medo do fechamento do colégio, alunos, pais e professores da Escola Estadual Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda, da zona norte de São Paulo, fizeram um protesto na tarde desta terça-feira, 13, em frente à Secretaria Estadual de Educação, na República, região central. Manifestantes afirmam que ao menos 300 pessoas participaram do ato, número não confirmado pela Polícia Militar.

A escola é mais uma das que temem serem fechadas depois de a pasta afirmar que vai reorganizar as unidades em 2016, com o objetivo de separar os alunos por ciclos. De acordo com a nova configuração, os colégios terão apenas ensino fundamental ou apenas ensino médio - hoje as etapas podem estar em um mesmo prédio.

Desde que a mudança foi anunciada, manifestações de diversas escolas ocorreram na capital e no interior. Na semana passada, ao menos 12 cidades registraram passeatas, incluindo a capital, onde duas pessoas foram detidas em um protesto na Avenida Paulista, na região central.

A E.E. Carlos Lacerda tem hoje cerca de 1.300 alunos e atende a Vila Zatt, na zona norte, e bairros próximos. Pais afirmam que a escola está sem aula há uma semana e, na última terça, foi divulgado que a unidade seria fechada.

"Avisaram na porta que ia fechar. Eu não vou procurar outra escola, minha filha estuda nessa. O governo que procure", reclamou a cabeleireira Anabel de Jesus, de 35 anos. Ela é mãe de uma estudante de 12 anos que cursa o 7° ano do ensino fundamental no colégio. 

"Moro há 35 anos na região e a escola sempre existiu. Ela não pode ser fechada. Onde o pai de família vai deixar o filho para estudar?", questionou o metalúrgico aposentado João Euclides Ferreira, de 68 anos. "Eu não tenho condição de pagar ônibus para os meus filhos irem para uma escola mais longe", disse ele, que tem um filho de 14 anos e outro de 17 na unidade.

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Uma nota produzida pelos manifestantes afirma que os alunos da unidade teriam de ser transferidos a outra já com as salas lotadas, a dois quilômetros de distância. 

Em nota, a secretaria afirmou que as aulas ocorreram “normalmente” na última semana. A pasta também negou a desativação de qualquer prédio escolar. “Se algum prédio ficar ocioso, ele será transformado em instrumento educacional: creche, escola técnica ou de tempo integral, por exemplo”.

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