PUBLICIDADE

Coisas que eu queria saber aos 21: André Sturm

"Não imaginava que fosse trabalhar em um museu nem passava pela minha cabeça organizar exposições", diz diretor do MIS

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) conta o que queria saber aos 21 anos Foto: Paulo Giandalia/Estadão

"Desde que me dou por gente, meus pais me levavam ao cinema com certa frequência. Quando tinha 7 ou 8 anos, eles compraram um pequeno apartamento no Guarujá e passamos as férias inteiras lá. Na época, havia um cinema na cidade, em que passava um filme por dia. Meu pai me dava mesada de R$ 10, R$ 15, e eu gastava vendo filmes sozinho de três a quatro vezes por semana. Eu não podia voltar tarde e tinha de ir direto para casa, depois que a sessão acabasse, mas meus pais apoiavam.

PUBLICIDADE

Em 1987, aos 21 anos, eu estava terminando o curso de Administração na Faculdade Getúlio Vargas e era programador do Cineclube da FGV e do Cineclube Oscarito, que eu tinha acabado de abrir com um grupo de amigos. Na época, eu já estava superenvolvido com o cineclubismo, com a programação de cinema, nessa vida que acabou sendo a minha. Tinha vontade de ter um cinema que eu pudesse dirigir e passar os novos filmes que estreavam pelo mundo e não chegavam ao Brasil. Eu planejava fazer um filme, queria me tornar cineasta.

Não imaginava que fosse trabalhar em um museu nem passava pela minha cabeça organizar exposições. Acho que isso estava em um certo horizonte de agitação cultural. Cheguei a fazer uma pequena exposição de folhetos de cinema no saguão do cineclube da faculdade, que era aberto para o público. As distribuidoras de filmes faziam reduções de cartazes de cinema; era como se fossem folhas em tamanho A4, com o cartaz de um lado e a sinopse e outras informações sobre o filme do outro. Eu colecionava isso, tinha uns 500 folhetos, e fiz a exposição. Eu tinha ali um embrião de agitador cultural. O cinema estava muito presente na minha vida. Bem ou mal, fiz alguns filmes, e a vontade de ter um cinema também deu certo. 

Fiz um monte de coisa na vida cultural de São Paulo e acho que contribuí para fazer da minha cidade um lugar mais bacana e para que muita gente pudesse ter acesso a atividades culturais diferentes. Acho que essas são as coisas das quais posso me orgulhar de ter feito. Tenho a satisfação de saber que se eu olhar para trás, não vou achar que nada foi em vão.” / DEPOIMENTO A ANA GABRIELA VEROTTI, ESPECIAL PARA O ESTADÃO.EDU

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.