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Cientistas franceses protestam contra nova lei de pesquisa e educação

Questão do financiamento das instituições autônomas continua em aberto

Por Revista Ensino Superior - UNICAMP
Atualização:

Sindicatos ligados à educação superior e o grupo de ativistas Vamos Salvar a Pesquisa convocaram uma greve, no fim de março, em protesto contra uma lei apresentada pelo gabinete de governo francês para reformar o sistema de educação superior e pesquisa científica do país, informa o website da revista britânica Nature.

 

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O projeto, concebido para sanar deficiências da lei de autonomia universitária de 2007 e aumentar a transparência e o acesso ao sistema, está sendo descrito por seus críticos como uma tentativa “deliberada” de levar o sistema universitário francês à falência. Quando as universidades foram declaradas autônomas, durante o governo de Nicolas Sarkozy, elas receberam também a obrigação de arcar com os custos de suas folhas de pagamento, sem uma contrapartida financeira do governo.

 

Artigo publicado, sem assinatura, na revista L’Express, mas atribuído a um grupo de reitores, diz que a nova lei cria uma “corrida para o fundo do poço”. As principais prioridades da peça legislativa, que deve ser apresentada ao Parlamento em maio, são aumentar a taxa de aprovação dos estudantes, simplificar o sistema de ensino e ciência, que abarca institutos de pesquisa, agências e universidades e estimular a cooperação, em vez da competição, entre as instituições.

 

Mas a ministra de Ensino Superior e Pesquisa, Geneviève Fioraso, reconheceu que a crise financeira “não permite que o governo responda de imediato” à preocupação das universidades com financiamento, uma questão que ficou em aberto depois que as instituições foram declaradas autônomas, em 2007.

 

O projeto abole a agência de avaliação da educação superior AERES, criticada por seus procedimentos exaustivos e burocráticos, substituindo-a por um Alto Conselho que deverá se limitar a supervisionar os processos de autoavaliação das instituições, realizando avaliação externa apenas excepcionalmente; e redesenha o sistema universitário, substituindo os 26 grupos hoje existentes, formados por universidades, agências e grandes écoles por 30 comunidades regionais, que teriam um papel mais amplo, incluindo de estimular a transferência de tecnologia e a inovação.

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