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Canadense vence prêmio de melhor professora do mundo

Professor de ciências do interior do Espírito Santo estava entre os dez finalistas da premiação

Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - A professora canadense Maggie Mcdonnell foi a vencedora do Global Teacher Prize, prêmio de R$ 1 milhão que destaca as ações de maior impacto de docentes. Maggie trabalhar em Salluit, uma aldeia inígena esquimó em uma região do Ártico Canadense, uma das áreas mais remotas do mundo e que tem acesso apenas por via aérea. 

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A comunidade, de apenas 1,3 mil habitantes, foi impactada pelo trabalho de Maggie. O local, que fica praticamente isolado pela ausência de estradas e temperaturas que podem chegar a - 25ºC, enfrenta problemas de destruição ambiental e desigualdade econômica o que levou a altas taxas de abandono escolar. 

Por isso, Maggie desenvolveu um trabalho para motivar os jovens a voltarem à escola por meio de projetos que os interessem, como um centro fitness, uma cozinha comunitária e uma loja de produtos usados. Ela também chegou a acolher temporariamente jovens que passavam por situações difícies, já que a comunidade enfrenta problemas como alcoolismo, uso de drogas, alta taxa de suicídio - em 2015, a cidade registrou 6 suicídios entre homens de 18 a 25 anos -, gravidez na adolescência e abuso sexual. 

"Em três ocasiões distintas, tive alunos que me agradeceram por salvar suas vidas. Todos eles passaram por momentos difíceis quando perderam amigos e familiares para o suicídio, ou experimentaram outros traumas", diz a professora, em um texto divulgado pela premiação. "Cada um deles me procurou quando estava lutando contra seus próprios pensamentos de suicídio."

Em sua terceira edição, o Global Teacher Prize é o maior prêmio do gênero e foi criado para reconhecer "um professor excepcional que tenha feito uma grande contribuição para a profissão, além de chamar a atenção para o importante papel que os professores exercem na sociedade".

Professor levou tema da violência doméstica para a sala de aula Foto: Wemerson Nogueira

Brasil. Entre os dez finalistas estava o professor de ciências Wemerson da Silva Nogueira, de 26 anos, que trabalha em Nova Venécia, no interior do Espírito Santo. Depois de detectar que muitos alunos sofriam violência em casa, ele desenvolveu o projeto 'Jovens Cientistas'. 

"A comunidade é carente de tudo e muitos alunos faziam o tráfico de drogas nos arredores e nas dependências da escola. Comecei a motivá-los para a música, para o esporte e, por fim, envolvi os pais. Os alunos passaram a ter interesse pela escola e pelo contexto social." Ele conta que num dos projetos, o 'Karaoquímica', os alunos cantavam as fórmulas de uma matéria normalmente difícil. 

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