Campeão do 'Soletrando' já pensa na faculdade

Izael Araújo, de Cocal dos Alves (PI), ganhou R$ 100 mil do programa 'Caldeirão do Huck'

PUBLICIDADE

Por Davi Lira e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Antes, apenas os moradores de Cocal dos Alves sabiam que a timidez e a inteligência eram as principais características do jovem Izael de Brito Araújo, de 16 anos, aluno do 1.º ano do ensino médio da escola Augustinho Brandão. Mas, com sua participação no quadro Soletrando, do programa Caldeirão do Huck, na TV Globo, essas características foram mostradas para milhões de telespectadores. Vencedor, ganhou um prêmio de R$ 100 mil.

 

PUBLICIDADE

“A rotina dele é só estudar, passa o dia no computador que ganhou do Huck. Ele não sai, não se diverte”, diz a mãe de Izael, Maria Francisca de Brito, de apenas 27 anos. “Ele é uma boa pessoa. É muito tímido, mas é legal”, complementa o avô Francisco Ricardo, de 78 anos, analfabeto.

 

Sensatez e equilíbrio também são traços marcantes do jovem, embora pouco compreendido pelos colegas e pelos dois únicos membros da família com quem convive. “Uma boa saída para a rotina na cidade, em que jovens da minha idade estão na agricultura ou trabalham no comércio, é o estudo”, diz o rapaz, com o tom de voz sempre baixo. “A educação é um caminho um pouco mais viável para eu alcançar minhas metas no futuro.”

 

Mesmo ciente das limitações em Cocal dos Alves, Izael não tem pressa para concretizar seus planos. Por isso, recusou uma bolsa de estudos numa escola particular de Teresina. “Achei melhor continuar aqui até o final do ensino médio. A Brandão me oferece uma boa estrutura”, justifica.

 

Com os rendimentos em juros retirados do montante que ganhou com a premiação – o valor não pode ser sacado por completo e deve ser investido apenas em sua formação –, ele espera se manter na faculdade que pretende cursar, em Teresina ou Parnaíba (PI).

 

“O Soletrando foi só o pontapé inicial. Pretendo seguir a carreira acadêmica, inicialmente fazendo cursos na área de humanas, como Jornalismo ou Letras”, diz Izael, uma referência que não se enxerga como tal.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.