Em tese, o depósito de Abadia de Goiás, a 20 quilômetros de Goiânia – que abriga 3,5 mil metros cúbicos do lixo gerado pelo acidente com o césio 137, em 1987 – também receberia parte do rejeito das usinas nucleares.
Porém, as bancadas federal e estadual, ambientalistas e os reitores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC) se mobilizam para anular a proposta. “Todos se prepararam para resistir ao lixo atômico”, diz Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio-137.
Apesar da polêmica, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) afirmou ontem não existir plano de transferência de lixo das usinas de Angra 1 e 2 para Abadia. “Não há nada definido”, disse Leonardo Bastos Lage, diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO).