Atualidades na Fuvest: O Ano da Química e o centenário da descoberta do núcleo atômico

Rutherford contribuiu para o desenvolvimento da física nuclear

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Por Carlos Lordelo
Atualização:

A ONU elegeu 2011 o Ano Internacional da Química. Só isso já indica a necessidade de os vestibulandos prestarem atenção especial à disciplina. Ainda mais porque os cientistas estão celebrando dois centenários importantes: o da descoberta do núcleo atômico e o da concessão do Prêmio Nobel de Química a Marie Curie (1867-1934).

 

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As descobertas do químico e físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) foram essenciais para a compreensão da estrutura da matéria. Em 1911 ele pesquisou o comportamento das partículas alfa, de carga elétrica positiva, quando incidem sobre lâminas de ouro muito finas. O cientista observou que a maior parte das partículas atravessava a lâmina como se fosse uma peneira, enquanto poucas eram desviadas ou até mesmo refletidas. Rutherford concluiu que a lâmina de ouro não poderia ser constituída por átomos maciços e justapostos, como se acreditava. Ele sugeriu, então, a existência, na estrutura do átomo, de um núcleo pequeno e de carga positiva, que concentrasse a maior parte da massa. E calculou que o raio desse núcleo seria pelo menos 10 mil vezes menor que o raio do átomo. No modelo proposto por Rutherford, os elétrons, de carga negativa, giravam ao redor do núcleo.

 

Segundo o professor do Instituto de Química da USP Guilherme Marson, havia um interesse crescente de cientistas em estudar a natureza do átomo naquela época. “Entre 1870 e 1930 nosso conhecimento sobre o átomo mudou de uma esfera maciça para o átomo quântico. Rutherford teve um papel essencial nesse processo ao encontrar um mundo dentro de outro mundo”, explica. “Suas descobertas tiveram impacto em conceitos centrais como os de elemento químico e a tabela periódica.”

 

Marson diz que Rutherford contribuiu para o desenvolvimento da física nuclear. Falando nisso, Marie Curie, polonesa radicada na França e contemporânea do neozelandês, ganhou o Nobel de Química por isolar e caracterizar os elementos rádio e polônio. Depois os cientistas aprofundaram os experimentos com radioatividade, o que levou desde a construção de bombas atômicas até a descoberta de como tratar câncer por radioterapia, bem como ferramentas fundamentais na medicina, como as imagens por raios X. E também à manipulação de átomos para geração de energia em usinas como a de Fukushima, no Japão, parcialmente destruída por um terremoto no início do ano.

 

NA FUVEST: Estrutura

 

As efemérides relacionadas à química são um bom gancho para perguntas sobre temas como a estrutura do átomo

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